O mercado financeiro acompanha de perto as medidas anunciadas pelo governo para enfrentar a inflação dos alimentos, divulgadas na quinta-feira, 6 de março. O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin detalhou a zeragem da alíquota de importação de produtos como carne, café, açúcar, milho, óleo de girassol, azeite de oliva, sardinha, biscoitos, massas alimentícias e óleo de palma. A iniciativa busca reduzir os preços, mas os investidores esperam avaliar seus efeitos reais hoje, 7 de março.
Outras ações incluem expandir o Sisbi (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal) de 1.500 para 3.000 municípios, priorizar alimentos no Plano Safra, negociar isenção de ICMS com governadores, fortalecer estoques reguladores e lançar um programa de publicidade dos melhores preços. Essas medidas visam aumentar a oferta, mas a renúncia fiscal gerada levanta dúvidas. A inflação dos alimentos segue como um desafio central, e o Ibovespa pode refletir essas mudanças.
Na quinta-feira, o Ibovespa subiu 0,25%, fechando a 123.357,55 pontos. O dólar terminou a R$ 5,7597 (alta de 0,06%), e o iShares MSCI Brazil (EWZ) avançou 0,45% no after-market, a US$ 24,68, indicando um humor cauteloso.
Detalhes das Medidas Contra a Inflação dos Alimentos
A zeragem das alíquotas de importação é a aposta principal. Produtos como carne e café, que têm pressionado os preços, devem ficar mais acessíveis com importações. A medida depende da Câmara de Comércio Exterior (Camex), mas a ausência de prazo definido gera incerteza sobre o controle da inflação dos alimentos.
A ampliação do Sisbi para 3.000 municípios facilitará o abate de animais, especialmente pela agricultura familiar. Isso pode elevar a oferta interna, ajudando a frear a inflação dos alimentos, mas a equivalência temporária do SIM ao Sisbi por um ano precisa ser validada sanitariamente.
O Plano Safra priorizará financiamentos para alimentos da cesta básica a partir de junho. A negociação de ICMS com estados pode reduzir custos, mas exige adesão dos governadores. A cesta básica já tem alíquota zero nacionalmente, e a isenção estadual seria um reforço.
Os estoques reguladores, via Conab, serão fortalecidos para estabilizar preços em baixa. O fim desses estoques como política fixa, porém, preocupa. O programa de publicidade dos melhores preços, com supermercados, busca concorrência, mas falta clareza na execução.
Renúncia Fiscal e Reação do Mercado
A renúncia fiscal é o ponto sensível. A redução de alíquotas e possíveis isenções de ICMS podem cortar a arrecadação, exigindo compensações do governo. A inflação dos alimentos é influenciada por fatores como clima e câmbio, o que pode limitar o sucesso das medidas.
O Ibovespa deve abrir com cautela após subir 0,25% na quinta. A alta reflete otimismo inicial, mas a renúncia fiscal pode gerar volatilidade. O dólar a R$ 5,7597 (alta de 0,06%) e o EWZ a US$ 24,68 (+0,45%) sugerem confiança moderada, enquanto o mercado aguarda resultados.
Agenda Econômica e Expectativas para o Ibovespa
Os dados do PIB do quarto trimestre, às 09h, são o destaque. Projeções indicam 0,4% de crescimento no período e 3,5% no ano. Um número forte pode empurrar o Ibovespa acima de 123.000 pontos, mas um resultado fraco pode trazer pressão.
Às 10h30, o payroll dos EUA mostrará empregos, com expectativa de 160 mil vagas (contra 143 mil em janeiro). A taxa de desemprego deve ficar em 4%, e o salário médio por hora desacelerar para 0,3%. Isso pode afetar os juros do Federal Reserve, com cortes previstos para junho.
Jerome Powell discursa às 14h30, e a balança comercial brasileira sai às 15h. Às 19h, Fernando Haddad será entrevistado no Flow Podcast, podendo esclarecer a política fiscal. A agenda de Lula, focada na produção de alimentos, reforça o esforço governamental.
Agenda: Veja a Programação para Hoje
Indicadores Econômicos
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Horário
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Detalhes
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Zona do euro – PIB do 4T24
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07h
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Brasil – PIB do 4T24
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09h
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–
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EUA – Payroll
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10h30
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–
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Jerome Powell discursa
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14h30
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Evento na Universidade de Chicago
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Brasil – Balança comercial de fevereiro
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15h
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EUA – Poços e plataformas de petróleo em operação
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15h
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EUA – Crédito ao Consumidor
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17h
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–
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Agenda – Lula
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Horário
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Detalhes
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Visita às áreas de produção de goiaba, café e milho
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9h50
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Campo do Meio (MG)
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Cerimônia de entregas e anúncios para a reforma agrária
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12h
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Fotografia com lideranças e movimentos sociais
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13h35
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–
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Agenda – Fernando Haddad
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Horário
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Detalhes
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Entrevista ao vivo Flow Podcast
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19h
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Com o apresentador Igor 3k
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Agenda – Gabriel Galípolo
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Horário
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Detalhes
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Despachos internos
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Confira os Mercados na Manhã desta Sexta-feira (7)
Bolsas Asiáticas
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Variação
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Valor/Detalhes
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Tóquio/Nikkei
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-2,17%
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–
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Hong Kong/Hang Seng
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-0,57%
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–
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China/Xangai
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-0,25%
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Bolsas Europeias (Mercado Aberto)
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Variação
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Valor/Detalhes
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Londres/FTSE100
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-0,33%
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–
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Frankfurt/DAX
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-1,25%
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–
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Paris/CAC 40
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-0,69%
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–
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Wall Street (Mercado Futuro)
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Variação
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Valor/Detalhes
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Nasdaq
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+0,44%
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S&P 500
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+0,29%
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–
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Dow Jones
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+0,14%
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–
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Commodities
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Variação
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Valor/Detalhes
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Petróleo/Brent
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+1,22%
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US$ 70,31 o barril
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Petróleo/WTI
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+1,21%
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US$ 67,16 o barril
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Minério de ferro
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+0,19%
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US$ 107,06 a tonelada em Dalian
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–
Criptomoedas
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Variação
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Valor/Detalhes
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Bitcoin (BTC)
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-1,6%
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US$ 89.251,55
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Ethereum (ETH)
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-4,5%
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US$ 2.200,86
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Cenário Global e Perspectivas
Wall Street opera no positivo, com futuros do Nasdaq (+0,44%), S&P 500 (+0,29%) e Dow Jones (+0,14%). As bolsas asiáticas caíram, com Tóquio (-2,17%) e Xangai (-0,25%) pressionadas por exportações chinesas (+2,3%) abaixo da meta (8,4%). Na Europa, Londres (-0,33%), Frankfurt (-1,25%) e Paris (-0,69%) também recuam.
As tarifas de Trump, suspensas parcialmente após retaliações de México e Canadá, seguem no radar. O petróleo Brent (+1,22%, US$ 70,31) e WTI (+1,21%, US$ 67,16) sobem, e o minério de ferro (+0,19%, US$ 107,06) avança. Criptomoedas como Bitcoin (-1,6%, US$ 89.251,55) e Ethereum (-4,5%, US$ 2.200,86) caem, mas a alocação da Méliuz em Bitcoin chama atenção.
O Que Esperar do Ibovespa Hoje
O Ibovespa deve abrir com viés de alta, apoiado pelas medidas contra a inflação dos alimentos. Um PIB forte pode levar o índice a 123.500 pontos, mas um payroll fraco nos EUA pode favorecer exportadoras. A entrevista de Haddad às 19h e a agenda de Lula reforçam o foco na produção. A inflação dos alimentos segue central, e o mercado espera resultados tangíveis.
Boa sexta-feira! Acompanhe Entre Altas e Baixas para atualizações.