A inflação anual no México desacelerou em setembro pelo oitavo mês consecutivo e ficou em 4,45%, ainda acima da meta do banco central, de acordo com dados divulgados na segunda-feira. Isso apoia as previsões de que o banco manterá sua taxa de juros chave em seu nível atual.
A inflação anual no núcleo, que é considerada um indicador melhor das tendências de preços por excluir alguns itens altamente voláteis, ficou em 5,76% em setembro, em linha com as previsões de mercado e no nível mais baixo em quase dois anos, segundo dados da agência de estatísticas INEGI.
No entanto, os números de inflação continuam a superar a meta do Banco do México, que é de 3%, com uma margem de um ponto percentual para cima ou para baixo.
No final de setembro, o Banco do México votou para manter a taxa de juros de referência em uma máxima histórica de 11,25% pela quarta vez consecutiva, citando um cenário inflacionário complicado e incerto.
Jason Tuvey, economista-chefe adjunto de mercados emergentes da Capital Economics, disse que as preocupações do Banxico com a inflação persistente foram reforçadas pelo recente aumento nos preços de serviços.
“Isso apenas reforça que um ciclo de afrouxamento não começará até o início do próximo ano e que as taxas cairão mais lentamente do que o consenso antecipa”, acrescentou Tuvey.
Os preços ao consumidor subiram 0,44% em setembro em relação a agosto, de acordo com dados não ajustados sazonalmente, acima do esperado de 0,45%.
O índice de preços no núcleo, que exclui alguns preços de alimentos e energia, subiu 0,36% durante o mês.
No geral, o quadro inflacionário está continuando a melhorar, disse o economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, Andres Abadia, “graças ao efeito defasado das condições financeiras mais apertadas, à impressionante recuperação do peso mexicano nos últimos meses e aos preços mais baixos das matérias-primas”.