Os dados do índice de preços ao consumidor do Brasil para maio provavelmente mostrarão uma aceleração da inflação, refletindo os danos causados pelas recentes enchentes desastrosas no sul, de acordo com uma pesquisa da Reuters publicada na segunda-feira.
A inflação anual, com uma previsão de 3,89%, também se desviaria ainda mais do centro da meta oficial de 3% +/- 1,5 pontos percentuais, mas isso seria atribuível a interrupções temporárias na produção e na logística causadas pelas chuvas excessivas no estado do Rio Grande do Sul.
Os dados de preços que serão publicados na terça-feira devem mostrar um aumento mensal de 0,42% em maio, contra 0,38% em abril, e de 3,89% no ano, em comparação com 3,69%, segundo estimativas medianas de 23 economistas consultados entre 5 e 10 de junho.
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“Esperamos que (a inflação dos alimentos) atinja um pico de 4% em junho, antes de desacelerar para 3,4% em agosto e 3,1% até o final do ano… com a maioria dos efeitos sendo temporários, acreditamos que a maior parte do aumento dos preços dos alimentos de maio e junho possa ser revertida nos meses subsequentes.”
Em seu último esforço para conter os efeitos econômicos das enchentes históricas que mataram mais de 170 pessoas, o Brasil comprou 263.370 toneladas métricas de arroz importado em um leilão raro para evitar um aumento de preços.
Alguns dados preliminares mostraram que a inflação dos alimentos devido às enchentes foi mais leve do que se temia inicialmente. Ainda assim, muitos economistas, incluindo a liderança ortodoxa do Banco Central, permanecem preocupados com as tendências de longo prazo.
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As expectativas de inflação continuaram avançando em direção a 4% este ano, devido a um mercado de trabalho relativamente forte, preocupações persistentes no lado fiscal e visões divergentes entre os formuladores de políticas do Banco Central do Brasil (BCB).
“A economia ainda está crescendo próximo ao seu potencial, o mercado de trabalho continua a se estreitar e o real brasileiro está sob pressão por várias razões domésticas e globais,” escreveram economistas do Societe Generale em um relatório.
“Um processo muito lento de moderação da inflação pode retomar após julho, mas não esperamos que a inflação caia em qualquer lugar próximo da meta do BCB… durante o horizonte de política.”
No mês passado, o ministro da Fazenda do Brasil negou que o governo estivesse considerando mudar a meta de inflação após chamar a meta de 3% de “muito exigente”, acrescentando que ele favorecia um período mais longo do que o ano-calendário atual para avaliar o cumprimento dessa meta.