A taxa de inflação alemã cai para 2,3% em março, marcando o menor patamar desde junho de 2021, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Escritório Federal de Estatística da Alemanha (Destatis). A desaceleração ocorre em linha com as projeções do mercado e sinaliza um possível alívio das pressões inflacionárias que afetaram a maior economia da zona do euro nos últimos dois anos.
O dado representa uma redução em relação à taxa de fevereiro, que havia ficado em 2,5%. Com isso, a inflação alemã cai pelo terceiro mês consecutivo, aproximando-se da meta de 2% estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE). A leitura mensal do índice de preços ao consumidor foi de 0,4%, levemente inferior ao 0,5% registrado no mês anterior.
Alimentos e energia seguem pressionando, mas com menor intensidade
Os preços de energia, que vinham sendo um dos principais motores da inflação desde o início da guerra na Ucrânia, apresentaram alta de 1,6% em março, em comparação com 2,4% no mês anterior. Apesar da desaceleração, os custos de eletricidade e aquecimento ainda exercem pressão sobre os orçamentos familiares.
Por outro lado, a inflação alemã cai também devido à moderação nos preços dos alimentos, que subiram 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado — menor ritmo desde 2022. Frutas, vegetais e laticínios apresentaram queda de preços, refletindo melhoras nas cadeias de suprimento e uma produção sazonal mais estável.
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Pressão moderada nos serviços
Os serviços, por sua vez, mostraram aumento de 3,6% nos preços em relação ao ano anterior, levemente acima do observado em fevereiro. O setor de hospedagem e alimentação continua liderando os reajustes, em parte devido ao aumento da demanda e aos custos trabalhistas mais altos. Ainda assim, o BCE e os analistas de mercado veem com bons olhos o comportamento geral da inflação de serviços, apontando que o quadro geral segue em rota de convergência para a estabilidade.
Expectativas e implicações para a política monetária
A inflação alemã cai e fortalece os argumentos dentro do BCE a favor de um possível afrouxamento monetário nos próximos meses. Embora ainda exista cautela, principalmente diante dos riscos geopolíticos e da volatilidade nos mercados de energia, a projeção de inflação em queda sustentada pode levar o banco central europeu a rever sua postura conservadora.
Christine Lagarde, presidente do BCE, afirmou recentemente que as decisões futuras sobre taxas de juros estarão condicionadas à evolução dos indicadores de preços e do mercado de trabalho. “Vamos reagir com base em dados, mas claramente vemos progresso na direção certa”, disse ela.
Impacto nos mercados e no euro
A divulgação do novo dado levou a uma leve valorização dos títulos de dívida alemã e uma pequena queda no euro frente ao dólar, em razão da expectativa de que a política monetária possa se tornar menos restritiva. As bolsas europeias operaram em alta no pregão da manhã, com investidores reagindo positivamente à possibilidade de uma inflação mais controlada no coração econômico da zona do euro.
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Inflação alemã cai
Com os dados desta quinta-feira, o quadro fica mais claro: a inflação alemã cai e se aproxima do patamar considerado “ideal” para sustentar crescimento econômico com estabilidade de preços. O alívio pode beneficiar consumidores, empresas e o governo alemão, que ainda enfrenta desafios relacionados a crescimento, produtividade e transição energética.
Se o ritmo de desaceleração continuar nos próximos meses, a Alemanha pode entrar em um novo ciclo de estímulo à economia, com impactos positivos para toda a União Europeia.