Indústria da China atinge máxima de 12 meses, impulsionada por fortes encomendas

Indústria da China atinge máxima de 12 meses, impulsionada por fortes encomendas

A indústria na China atinge máxima de 12 meses em março, conforme dados oficiais divulgados nesta segunda-feira (31)
Indústria na China

A indústria da China atinge máxima de 12 meses, de acordo com o índice oficial de gerentes de compras (PMI) divulgado nesta segunda-feira (31) pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS). O PMI manufatureiro alcançou 50,5 pontos em março, ante 50,2 em fevereiro, sinalizando uma retomada mais consistente da atividade fabril na segunda maior economia do mundo.

A expansão, ainda que modesta, reflete a combinação de crescimento na demanda interna, medidas fiscais implementadas por Pequim e antecipação de pedidos externos em meio à expectativa de novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.

Aumento da produção e encomendas internas

O principal fator por trás do resultado positivo foi a elevação do subíndice de novos pedidos, que subiu para 51,8 em março — o maior nível desde março de 2024. O dado indica aumento da atividade por parte dos consumidores e empresas dentro do território chinês, mostrando sinais de recuperação da demanda doméstica, uma das prioridades do governo para 2025.

Ao mesmo tempo, embora os novos pedidos de exportação tenham permanecido abaixo da linha de crescimento (50 pontos), a desaceleração do declínio sugere alguma resiliência frente ao cenário de aumento de barreiras comerciais externas.

Especialistas interpretam que, ao atingir esse patamar, a indústria da China atinge máxima em um momento estratégico, antecipando prováveis impactos negativos decorrentes da intensificação das sanções comerciais impostas por Washington.

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Guerra comercial e medidas retaliatórias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta quarta-feira (2) um novo pacote de tarifas comerciais “recíprocas”, elevando a carga tributária sobre importações chinesas. Desde que reassumiu o cargo em janeiro, Trump já aplicou um conjunto de tarifas que totalizam 20% sobre todos os produtos vindos da China.

O governo norte-americano justifica as medidas como forma de reequilibrar o déficit comercial e punir o que considera práticas desleais de concorrência, além de questões relacionadas à exportação de insumos químicos usados na produção de fentanil. Esse cenário cria incertezas adicionais para a cadeia industrial chinesa, cuja dependência das exportações permanece elevada.

Apesar da ameaça de novas tarifas, o PMI indica que a indústria da China atinge máxima como resposta aos estímulos locais e ao redirecionamento tático de produção e vendas para o mercado interno e regiões menos expostas à disputa comercial, como o Sudeste Asiático e a África.

Suporte fiscal e estímulo à produção

Para compensar os efeitos da desaceleração global, o governo chinês intensificou o uso de política fiscal. Foram ampliados os programas de emissão de dívida pública, promovida flexibilização monetária e anunciados incentivos ao consumo doméstico. Iniciativas como o programa “dinheiro por sucata”, que troca bens antigos por créditos para aquisição de novos, ganharam destaque nos últimos meses.

Segundo Zhao Qinghe, estatístico sênior do NBS, o desempenho positivo em março também se deve à melhora nos PMIs de pequenas e médias empresas, embora grandes companhias tenham reportado desempenho inferior em relação ao mês anterior.

Apesar dos números mais fortes, analistas mantêm uma leitura cautelosa. Xu Tianchen, economista da Economist Intelligence Unit, alertou para os riscos associados à queda nos preços de produção, mesmo com o crescimento das encomendas. “É um resultado positivo, mas ainda frágil”, disse.

Sustentabilidade do crescimento em dúvida

Embora a leitura atual seja animadora, a perspectiva para os próximos trimestres permanece incerta. A inflação ainda abaixo das metas oficiais, o enfraquecimento do setor imobiliário e o aumento do desemprego são fatores que podem limitar a expansão sustentada da indústria.

Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics, afirmou que, mesmo com os PMIs mostrando sinais positivos, a estimativa é de que o PIB do primeiro trimestre tenha registrado crescimento mais lento. Segundo ele, os gastos com infraestrutura e a resiliência das exportações são pontos positivos, mas insuficientes para compensar a fraqueza nos serviços e no consumo das famílias.

A indústria da China atinge máxima, mas enfrenta um ambiente externo instável, que pode levar à revisão de metas caso os efeitos das tarifas se intensifiquem no segundo semestre de 2025.

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Caixin PMI será divulgado em 1º de abril

Enquanto o PMI oficial reflete principalmente o desempenho de empresas estatais e grandes indústrias, o índice Caixin, que será divulgado em 1º de abril, capta o desempenho das empresas privadas de menor porte. Analistas esperam uma elevação do Caixin PMI para 51,1 em março, acima dos 50,9 registrados em fevereiro.

Caso a previsão se confirme, será mais um sinal de que a recuperação industrial chinesa está se espalhando entre diferentes portes de empresas e setores, consolidando uma possível tendência de retomada moderada, mas consistente.

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