Os indicadores preliminares de março apontam para uma iminente retomada do crescimento nas atividades empresariais da zona do euro, superando as expectativas, revela uma pesquisa recente. Contrariando tendências recentes, as pressões inflacionárias diminuíram este mês.
No entanto, a recuperação não foi uniforme, com um forte avanço nos serviços compensando uma recessão mais pronunciada na indústria. Esta disparidade também foi observada entre as duas maiores economias do bloco, Alemanha e França.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) composto preliminar, compilado pela S&P Global em parceria com o HCOB, subiu para 49,9 este mês, em comparação com 49,2 em fevereiro. Embora tenha ultrapassado as expectativas, marcando o décimo mês consecutivo abaixo do nível 50, que indica contração, o resultado sugere uma tendência de melhora.
“A economia da zona do euro continua enfrentando desafios no primeiro trimestre, mas estamos vendo sinais positivos emergindo”, comentou Bert Colijn, do ING.
Os dados anteriores mostram que a recessão econômica na Alemanha diminuiu ligeiramente em março, especialmente com a atividade no setor de serviços, enquanto na França a recessão se aprofundou devido à deterioração da demanda por bens e serviços franceses e à queda no emprego.
Enquanto isso, no Reino Unido, fora da União Europeia, as empresas continuam a se recuperar da recessão, mas as pressões persistentes sobre os preços podem influenciar a postura cautelosa do Banco da Inglaterra em relação às taxas de juros.
Os índices que rastreiam os custos operacionais e os preços na zona do euro diminuíram este mês, embora tenham permanecido altos, especialmente os preços praticados, que atingiram o menor nível em quatro meses.
Esses dados provavelmente serão bem recebidos pelos responsáveis políticos do Banco Central Europeu, que mantiveram os custos dos empréstimos em níveis recordes, enquanto se preparavam para reduzi-los ainda este ano. De acordo com uma pesquisa da Reuters, espera-se que o corte nas taxas comece em junho.
No entanto, o Banco Nacional Suíço surpreendeu na quinta-feira ao reduzir sua principal taxa de juros em 25 pontos base, para 1,50%, tornando-se o primeiro grande banco central a afrouxar sua política monetária.
O PMI para o setor de serviços, dominante na zona do euro, atingiu 51,1, o nível mais alto em nove meses, enquanto a demanda por serviços aumentou pela primeira vez desde junho. Por outro lado, o PMI industrial caiu para 45,7, o menor nível em três meses, refletindo um cenário desafiador.
“Se havia expectativas de recuperação no setor manufatureiro no primeiro trimestre, agora é hora de reavaliar”, comentou Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.
Além disso, a pesquisa indicou uma redução na força de trabalho do setor manufatureiro, sugerindo que os gerentes de fábrica não preveem melhorias imediatas.