No último trimestre de outubro a dezembro, a produção econômica do Japão alcançou sua capacidade máxima pela primeira vez em quatro anos, indicando uma possível margem para o banco central elevar as taxas de juros.
De acordo com uma estimativa divulgada pelo Banco do Japão (BOJ) nesta quarta-feira, o hiato do produto do país, que representa a diferença entre a produção real e a potencial da economia, registrou +0,02% no último trimestre do ano anterior. Esse número sucedeu uma leitura de -0,37% no trimestre anterior, marcando a primeira leitura positiva em 15 trimestres.
O hiato do produto é um dos indicadores cruciais monitorados pelo Banco do Japão para avaliar se a economia está se expandindo com vigor suficiente para gerar um aumento da inflação, impulsionado pela demanda. Um hiato do produto positivo, indicando que a produção real excede a capacidade total da economia, é interpretado pelos analistas como um sinal de demanda forte. Isso é considerado essencial para impulsionar os salários e sustentar um aumento da inflação em torno da meta de 2% estabelecida pelo Banco do Japão.
No mês passado, o Banco do Japão deu um passo histórico, encerrando oito anos de taxas de juros negativas e outras políticas monetárias pouco convencionais. Essa mudança de foco marcou uma virada na estratégia do banco, que antes estava concentrada em combater a deflação e estimular o crescimento através de estímulos monetários maciços.
Agora, os mercados financeiros estão aguardando sinais sobre quando o banco central poderá considerar um novo aumento nas taxas de juros. As expectativas de que o Banco do Japão possa adotar uma abordagem mais cautelosa em relação a novas altas nas taxas de juros levaram o iene a se aproximar de 152 por dólar. Esse nível é visto pelo mercado como aumentando a possibilidade de intervenção do governo japonês para comprar ienes e controlar sua valorização.