Inadimplência e endividamento das famílias brasileiras têm aumentado, alcançando 30,2% em julho, o maior nível desde setembro de 2023. A taxa básica de juros em 15% ao ano e a redução do prazo para pagamento das dívidas têm impactado diretamente a capacidade de pagamento dos consumidores no país.
Cenário atual do endividamento e inadimplência no Brasil
Em julho, o número de famílias endividadas no Brasil ficou em 78,5%, praticamente estável em relação a junho, com leve aumento de 0,1 ponto percentual. Já a inadimplência, que é o atraso no pagamento das dívidas, atingiu 30,2% da população brasileira, o maior índice desde setembro de 2023.
Isso significa que quase uma em cada três famílias enfrenta dificuldade para quitar suas contas na data certa. O endividamento de longo prazo, com dívidas acima de um ano, diminuiu para 31,5%, mostrando que as pessoas estão buscando pagar mais rápido suas dívidas devido à alta taxa de juros de 15% ao ano.
Além disso, 12,7% das famílias disseram não ter condições de pagar suas dívidas, uma alta em relação ao mês anterior. O cartão de crédito segue como o principal meio de endividamento, usado por 84,5% dos consumidores, enquanto os carnês ganham espaço, alcançando 16,8%.
A situação afeta mais as famílias de renda média e baixa, assim como as mulheres, que têm enfrentado maiores dificuldades financeiras. A redução nos prazos de pagamento mostra que os consumidores evitam comprometer sua renda por longos períodos, mas a inadimplência representa um desafio crescente para a economia brasileira.
Como o endividamento impacta as famílias
O comprometimento médio da renda das famílias com as dívidas caiu para 29,4%, o que indica que elas tentam controlar melhor seus gastos. Porém, 18,9% das famílias comprometem mais da metade do rendimento mensal para quitar dívidas, um número que ainda preocupa. Esse cenário reforça a necessidade de atenção para o uso consciente do crédito.
Perspectivas para 2025
A CNC projeta que o endividamento deve desacelerar nos próximos meses, mas espera que 2025 termine com índices ainda superiores aos de 2024. A combinação de juros altos e aumento da inadimplência pode fazer com que as famílias adotem uma postura mais cautelosa, dificultando a retomada do consumo e a recuperação econômica.