Inadimplência do agro cresce e pressiona Banco do Brasil e Caixa

Inadimplência do agro cresce e afeta BB, Caixa, Basa e BNB. Lucro do Banco do Brasil cai 40% em 2025 com avanço dos atrasos no crédito rural.
Inadimplência do agro

A inadimplência do agro voltou a preocupar o mercado e atingiu em cheio os bancos públicos federais. O Banco do () foi o mais impactado, registrando queda de 40% no lucro no primeiro semestre de 2025, enquanto a Caixa Econômica Federal também viu disparar os atrasos em sua carteira de crédito rural.


Impacto da inadimplência do agro nos bancos públicos

Entre o primeiro semestre de 2023 e o de 2025, a inadimplência do agro apresentou forte crescimento, com atrasos acima de 90 dias em todos os principais bancos públicos:

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  • Banco do Brasil: índice subiu de 3% (1S23) para 4,21% (1S25).

  • Caixa Econômica Federal: inadimplência rural saltou de 4,3% (1T25) para 7,02% (2T25).

  • Banco do Nordeste (BNB): passou de 3,2% (2023) para 3,61% (1S25).

  • Banco da Amazônia (Basa): subiu de 1,87% (2023) para 3,45% (1S25).

Segundo especialistas, o cenário reflete os efeitos do clima extremo — excesso de chuvas no Sul e seca no Nordeste e Amazônia —, que comprometeram a capacidade de pagamento dos produtores.


Banco do Brasil sente mais a pressão

O Banco do Brasil foi o mais penalizado pela inadimplência do agro. O lucro líquido ajustado despencou de R$ 17,3 bilhões (1S23) para R$ 11,2 bilhões (1S25).

Para conter os impactos, o banco ampliou a provisão para devedores duvidosos e tem buscado de receitas por meio da venda de produtos como consórcios, seguros, consignados e fundos.

De acordo com Henrique Southier, assessor de da Ável Investimentos, “o aumento da inadimplência exige maior atenção dos bancos, já que eleva as provisões e impacta diretamente os lucros futuros”.


Caixa Econômica restringe crédito ao agro

Na Caixa, o crescimento acelerado da inadimplência do agro levou a instituição a reduzir a de crédito ao setor. A disparada para 7,02% em junho acendeu alerta vermelho, principalmente porque o banco ampliou sua atuação no segmento durante a gestão .


Desafios adicionais: juros altos e digitalização

Além da questão climática, os bancos enfrentam o peso da Selic a 15% ao ano, que encarece o crédito e compromete a capacidade de pagamento dos produtores.

Segundo Alexandre Martins, analista da Módulo Capital, o cenário é ainda mais desafiador para os bancos públicos, que estão em processo de transformação digital para reduzir custos. “Nos bancos privados e digitais, esse movimento já está mais avançado, o que aumenta a pressão competitiva sobre BB e Caixa”, explica.


Perspectivas para a inadimplência do agro

Com a elevação dos pedidos de no campo e o crescimento das operações prorrogadas, o risco de novos calotes permanece elevado.

O cenário de inadimplência do agro deve continuar no radar dos investidores, já que compromete os dos bancos públicos e pode exigir mais apoio governamental ou medidas emergenciais para aliviar o setor.

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