O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) de março registrou uma queda de 0,47%, contrariando as expectativas do mercado que previam uma retração de 0,21%. Esse resultado, ainda mais positivo do que o esperado, confirma a desaceleração da inflação no atacado, com o índice acumulando uma deflação de 4,26% nos últimos 12 meses.
O principal responsável por essa queda foi o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que subiu 0,29% em março, abaixo dos 0,53% de fevereiro. Essa desaceleração foi impulsionada por setores como Educação, Leitura e Recreação (-1,85%) e Alimentação (0,68%), que sentiram o impacto da deflação em itens como passagens aéreas (-10,53%) e hortaliças e legumes (-0,29%).
Outros setores que também apresentaram desaceleração no IPC foram Despesas Diversas (1,52% para 0,81%), Comunicação (0,46% para -0,06%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,51% para 0,42%). Já Habitação (0,19% para 0,47%), Transportes (0,45% para 0,64%) e Vestuário (-0,17% para 0,13%) mostraram uma leve aceleração.
No Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), a queda foi de 0,77%, menor do que os 0,90% de fevereiro. Essa moderação na queda se deve principalmente à aceleração dos preços dos produtos agrícolas (0,62% ante -2,19%), enquanto os preços dos produtos industriais continuaram desacelerando (-1,26% ante -0,43%).
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,24% em março, ante 0,20% em fevereiro. Essa aceleração foi puxada pelos materiais, equipamentos e serviços (0,25% ante 0,23%) e pela mão de obra (0,23% ante 0,16%).
Em resumo, o IGP-M de março reforça a tendência de desaceleração da inflação no atacado, com destaque para a queda nos preços ao consumidor e a moderação na queda dos preços ao produtor. No entanto, é importante destacar que parte dessa desaceleração se deve a efeitos de base, dado o forte recuo do índice em fevereiro.
Outro ponto a ser observado é a reversão da descompressão da mão de obra no INCC, item que preocupa o Banco Central por seu impacto no IPCA. A atenção do mercado se volta agora para os próximos meses, para confirmar se essa tendência de desaceleração da inflação se consolida.