O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou uma alta de 1,03% em setembro, acelerando em relação à variação de 0,12% observada em agosto, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (7) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O desempenho de setembro foi amplamente influenciado pelo aumento dos preços de commodities agrícolas e energia elétrica, refletindo a pressão sobre os custos no Brasil.
Com o resultado, o índice acumula alta de 3,12% no ano e de 4,83% nos últimos 12 meses, indicando um aumento expressivo em comparação ao mesmo período do ano passado, quando o IGP-DI havia registrado uma alta de 0,45% no mês e queda de 5,34% no acumulado de 12 meses.
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Commodities Agrícolas Impulsionam Inflação ao Produtor
A principal fonte de pressão sobre o índice veio do aumento dos preços de commodities importantes, como soja, bovinos, leite e laranja, que registraram variações significativas entre agosto e setembro. Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV, os produtos agrícolas foram os principais responsáveis pela aceleração da inflação ao produtor no período.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que compõe o IGP-DI, avançou 1,20% em setembro, após uma alta marginal de 0,11% em agosto. O subgrupo de bens finais, que inclui alimentos processados, acelerou de 0,12% para 0,90%, com destaque para o aumento de 2,60% nos alimentos processados, em comparação com a variação de 0,83% no mês anterior.
No segmento de matérias-primas brutas, o índice apresentou uma forte recuperação, subindo 2,19%, em contraste com a queda de 0,47% em agosto. O movimento foi puxado por aumentos expressivos nos preços da soja em grão (+6,51%), leite in natura (+5,37%) e bovinos (+5,87%).
Energia Elétrica e Serviços Impulsionam Preços ao Consumidor
No âmbito dos preços ao consumidor, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que também compõe o IGP-DI, apresentou uma alta de 0,63% em setembro, revertendo a queda de 0,16% registrada em agosto. A inflação ao consumidor foi influenciada principalmente pelo aumento das tarifas de eletricidade, que passaram de uma queda de 2,09% em agosto para um aumento expressivo de 7,04% em setembro, além de altas em passagens aéreas (+8,78%) e cigarros (+8,30%).
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Seis das oito classes de despesa analisadas pelo índice apresentaram aceleração, com destaque para os grupos de Habitação, Alimentação e Educação, Leitura e Recreação. Em contrapartida, os grupos de Transportes e Vestuário mostraram alívio, com destaque para a queda nos preços da gasolina (-0,96%) e roupas (-0,23%).
Construção Civil Apresenta Alívio em Materiais e Equipamentos
No segmento de construção civil, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou variação de 0,58% em setembro, uma desaceleração em relação ao avanço de 0,70% no mês anterior. O aumento mais contido nos preços dos materiais e equipamentos contribuiu para o arrefecimento da inflação no setor, embora os custos com mão de obra e serviços ainda tenham mostrado uma leve alta.
O INCC reflete os custos de insumos e serviços da construção, que continuam a sentir os impactos de pressões inflacionárias, mas de forma mais moderada em comparação aos meses anteriores.
Expectativas e Cenário Econômico
O cenário de alta no IGP-DI e nos índices de preços que o compõem levanta preocupações sobre o comportamento da inflação nos próximos meses. A alta das commodities e dos custos de energia elétrica continua a pressionar tanto os preços ao produtor quanto ao consumidor, enquanto o setor de construção civil apresenta uma leve desaceleração nos aumentos.
Com a perspectiva de persistência da inflação em setores-chave, os analistas esperam que o aumento nos preços se mantenha, especialmente diante da volatilidade nos preços das commodities agrícolas e da pressão sobre o fornecimento de energia.