Para essa semana resolvi trazer aqui algumas visões da Kinea que achei interessante. No Youtube, a gestora compartilhou os destaques do ano bem como os horizontes para ano que vem. Vamos aos destaques:
Márcio Verri – CEO
A indústria de crédito veio numa constante no ano. Se recuperando dos eventos de Light e Americanas e captando ao longo dos meses, independente do cenário de queda ou subida de juros.
Para fundos de riscos, o começo do ano foi bom, com entrada de recursos com perspectivas de queda de juros. Ao longo do ano o cenário mudou, as emissões foram secando e as cotas foram sofrendo.
Indústria do agro sofreu bastante com eventos de defaults no segundo semestre.
Marco Freire (Gestor dos fundos líquidos):
Trump teve uma vitória contundente. Não acreditam que taxa de juros vai subir muito nos EUA como muita gente teme.
No Brasil vamos conviver com uma Selic alta por um bom tempo. Inflação subindo, um fiscal com pouca ancoragem e um ambiente externo mais desafiador. Por isso não são animados com bolsa no Brasil.
Flávio Cagno (Gestor dos fundos de CRI e Agro):
Os juros mais altos e a isenção de IR beneficiaram os fundos de crédito privado. Pra 2025 acha que a tendência continua pelos mesmos motivos.
O KNIP11 (o maior fundo listado do brasil) é negociado hoje a IPCA +9% incentivado. Não pode ser ignorado por ninguém.
Aymar Almeida (Gestor dos fundos de infraestrutura):
Emissão de debêntures incentivadas tem crescido muito. Em 2022 foram emitidos 40 bilhões de reais nesse tipo de instrumento. Em 2023 foram 67 e esse ano deve passar de 100 bilhões de reais.
Motivos: Incentivo fiscal. Empresas estão cada vez mais usando o instrumento para se financiar. Não deixa de ser um sinal de amadurecimento desse mercado.
O Brasil é um dos poucos lugares do mundo onde a pessoa física financia a infraestrutura de longo prazo.
Carlos Martins (Gestor de fundos imobiliários):
O ano começou animado com a perspectiva de queda de juros. Mas o cenário mudou e chegamos no fim do ano com uma subida de juros que não estava precificada. O que tem penalizado ativos de risco como os FII’s.
Daqui pra frente, quem tiver ativos bons e bem localizados, sairá na frente.
Cristiano Lauretti (Gestor de Private Equity):
Em 25 anos é o momento que estamos vendo menos investimentos nesse setor. Não temos novidades nessa área. Estão se concentrando em atuar nas empresas para que estejam bem para quando abrir uma nova janela de vendas e IPO’s.
Um ativo para o ano que vem:
Depois das considerações iniciais, Ruy Alves que comandou o bate-papo fez um provocação e pediu que cada gestor citasse um investimento que tem na carteira e que recomenda para o ano que vem. Vejamos o que cada um citou:
Marco: Alocação de risco em Dólar para diversificação de portfólio. Os fundos líquidos que investem em bolsas estavam com a seguinte alocação em 29/11/2024:
Flávio: Fundos Kinea isentos no juro real e no juro pós pelo carrego. Fundo listado KDOL (Fundo de crédito local em dólar).
Márcio: Comprar capacidade de bons gestores no Brasil está muito barato.
Carlos: Incentivados em geral. Seja infra e imobiliário. Para a parte mais ilíquida gosta de projetos de desenvolvimento de alto padrão residencial. Tem bastante opcionalidade num mercado que vai bem independente de crise em SP que é uma cidade rica. E ativos descontados em bolsa com atenção especial aos fundos de fundos (FOF’s) que estão com duplo desconto. Puxou sardinha para o KFOF11. Fora Kinea, investe em títulos públicos.
Aymar: Títulos isentos em renda fixa, no país da renda fixa. Em segundo, investimento em dólar. Bolsa lá fora através de ETF de S&P.
Cristiano: Ações da Panvel. Tem no fundo que toca. Crescendo 15% EBITDA ano contra ano mesmo com as enchentes no Sul. Vê 70% de desconto no múltiplo preço x lucro versus Raia Drogasil.