O BTG Pactual reforçou nesta segunda-feira (29) a recomendação de compra para as ações da Gerdau (GGBR4), destacando que os papéis seguem negociados com um desconto relevante frente às perspectivas de resultados até 2026. O banco estabeleceu preço-alvo de R$ 20, o que representa um potencial de valorização de aproximadamente 20% em relação à cotação atual.
De acordo com relatório assinado pelos analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi, a siderúrgica vive um cenário de “duas velocidades”. No Brasil, a companhia enfrenta queda inédita nos preços do aço, concorrência com importados e demanda mais fraca. Já nos Estados Unidos, a situação é mais favorável, com aumento de pedidos e ganhos no curto prazo. Para o BTG, esse cenário positivo ainda não está refletido nos preços de GGBR4.
América do Norte ganha peso nos resultados da Gerdau
O banco destaca que a América do Norte já responde por uma fatia significativa do Ebitda da Gerdau, mas avalia que o mercado segue precificando a empresa como se fosse uma operação majoritariamente brasileira. Esse viés, segundo os analistas, abre espaço para revisões positivas à medida que os números de 2026 se confirmarem.
As projeções do BTG indicam um capex menor em 2026, entre R$ 4,8 bilhões e R$ 5 bilhões, com a entrega de projetos estratégicos, como a expansão da capacidade de laminação e a produção de minério de ferro, que devem sustentar margens mais elevadas.
Avaliação atrativa e fluxo de caixa robusto
Segundo cálculos do BTG, a Gerdau (GGBR4) negocia atualmente a menos de quatro vezes o Ebitda projetado para 2025. Além disso, o retorno de fluxo de caixa livre (FCF yield) deve se aproximar de 11% em 2026, patamar considerado bastante atrativo para investidores que buscam oportunidades no setor siderúrgico.
O banco conclui que há pouco espaço para quedas adicionais nos papéis e que a percepção do mercado pode mudar com a divulgação de resultados mais sólidos, especialmente com o desempenho nos EUA compensando os desafios do ambiente doméstico.
