Os gastos de brasileiros no exterior atingiram em junho o maior valor para o mês em 11 anos, totalizando US$ 1,83 bilhão. Esse aumento surpreende, considerando o IOF elevado e a recente queda da cotação do dólar, que impactam diretamente essas despesas.
Gasto recorde de brasileiros no exterior e influência do IOF e dólar
Em junho, o gasto de brasileiros no exterior chegou a US$ 1,83 bilhão. Este é o maior valor para o mês desde 2014, quando os gastos atingiram US$ 2 bilhões. O crescimento mostra uma retomada forte dos gastos, mesmo com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) mais alto.
O governo aumentou o IOF para 3,5% na compra de moeda estrangeira em espécie e nas remessas para contas no exterior. Antes, a taxa era de 1,1% para câmbio em espécie e 3,38% para cartão de crédito. Essa elevação poderia ter desestimulado as compras, mas isso não aconteceu.
Uma das razões para esse comportamento é a queda do dólar. No fim de julho, a moeda estava cotada em torno de R$ 5,52, com uma redução acumulada de quase 11% no ano. Essa queda compensou o encarecimento do IOF, fazendo os gastos ficarem mais acessíveis.
Além disso, a economia brasileira, apesar da desaceleração, continua crescendo em 2025, o que estimula o consumo no exterior. Mesmo com a taxa básica de juros a 15% ao ano, os brasileiros ainda estão dispostos a gastar em viagens e compras fora do país.
O registro histórico do Banco Central mostra que, desde 1995, os gastos de estrangeiros no Brasil e de brasileiros no exterior vem sendo monitorados. O atual nível em junho é o mais alto em 11 anos, confirmando a tendência de aumento dessas operações.
Esses números indicam que, apesar das medidas para conter gastos e o imposto mais elevado, o interesse por viagens internacionais e compras estrangeiras segue firme. Isso também reflete mudanças no comportamento do consumidor e na valorização do turismo.