Nos últimos anos, os fundos de infraestrutura se tornaram uma opção estratégica para investidores que buscam diversificar suas carteiras com ativos de longo prazo e rendimentos consistentes. Esses fundos são divididos em duas categorias principais:
- Fundos de Investimento em Participações (FIPs), focados em ativos de infraestrutura como energia e transporte.
- FI-Infras, que investem principalmente em debêntures incentivadas ligadas a projetos de infraestrutura, beneficiando-se de incentivos fiscais.
O relatório mensal de outubro de 2024, publicado pelo BTG Pactual, apresenta uma análise detalhada desses fundos, que acumulam patrimônio significativo e desempenham um papel vital no financiamento de projetos de infraestrutura e energia.
Acesse grátis: Calendário de Resultados 3T24
Fundos de Investimento em Participações (FIPs)
Os FIPs concentram-se em ativos de infraestrutura de alta relevância econômica, como energia e portos, oferecendo retornos diferenciados por meio de participações acionárias e debêntures.
Destaques dos FIPs:
- AZ QUEST INFRA-YIELD II FIP-IE (AZIN11): Gerido pela AZ Quest, o fundo investe principalmente em debêntures institucionais, oferecendo um spread superior às debêntures incentivadas. O objetivo é gerar renda mensal para os investidores, atrelando o portfólio ao CDI por meio de operações de hedge.
- BRZ Infra Portos FIP-IE (BRZP11): Com foco no setor portuário, o fundo possui 22,9% de participação indireta no Porto de Itapoá, um dos terminais de contêineres mais eficientes do Brasil. Essa estratégia proporciona alta previsibilidade nas receitas.
- BTG Pactual Infraestrutura Dividendos (BDIV11): Este fundo possui ativos operacionais no setor elétrico, como a Tropicália Transmissora e a termelétrica Linhares Geração, além de uma PCH no Rio de Janeiro. A estratégia busca garantir dividendos estáveis com contratos de longo prazo e forte previsibilidade.
- Endurance Debt FIP-IE (ENDD11): Este fundo investe em debêntures da Itapoá Participações, que controla o Porto de Itapoá. O ativo é estratégico pela sua alta capacidade de movimentação e eficiência logística.
Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infras)
Os FI-Infras são fundos focados em debêntures incentivadas, ativos de energia e transporte, com uma estratégia de maximização de ganhos e preservação de capital por meio de operações em renda fixa.
Principais FI-Infras:
- BTG Pactual Dívida Infra (BDIF11): Gerido pelo BTG Pactual, o fundo investe em debêntures de infraestrutura e busca retornos alinhados ao Tesouro IPCA+ com um spread adicional de até 2,5% ao ano.
- Sparta Infra CDI (CDII11): Com foco em debêntures incentivadas de diversos setores, como energia e saneamento, o fundo busca retornos equivalentes ao CDI mais 2%.
- Capitânia Infra (CPTI11): Este fundo adota uma estratégia ativa de compra e venda de debêntures, aproveitando oportunidades para maximizar o ganho de capital.
- Kinea Infra (KDIF11): Além de ser passivo na duration, a gestão do KDIF11 prioriza empresas operacionais e garantias sólidas, o que reduz riscos e garante previsibilidade nos retornos.
Confira agora: Ações Internacionais – Calendário de Resultados do 3T24
Desempenho e Perspectivas para o Setor
Os fundos listados em infraestrutura vêm apresentando desempenho robusto, mas enfrentam desafios devido à volatilidade econômica e ao cenário de juros altos. De acordo com o relatório, fundos como o BDIV11 e o VIGT11 destacam-se por suas estratégias bem definidas e foco em ativos resilientes, como transmissão de energia e portos.
Tabela de Retorno dos Principais Fundos:
Fundo | Segmento | Retorno em 12 Meses (%) | Dividend Yield (%) | TIR IPCA+ |
---|---|---|---|---|
BDIV11 | Energia | 25,9% | 6,5% | 8,0% |
AZIN11 | Infraestrutura | 14,4% | 10,1% | 10,3% |
VIGT11 | Energia e Transmissão | -1,9% | 15,1% | 16,9% |
CDII11 | Debêntures | 40,1% | 7,8% | 7,5% |
KDIF11 | Infraestrutura | 3,4% | 7,5% | 8,2% |
Impacto das Reformas e Incentivos no Setor
A implementação de incentivos fiscais e a regulamentação de debêntures incentivadas têm desempenhado papel essencial na expansão dos fundos de infraestrutura. O FI-Infra XPID11, por exemplo, investe em ativos de transmissão como a Campinas-Itatiba, aproveitando incentivos da Lei 12.431 para maximizar retorno e minimizar riscos.
Além disso, a gestão ativa de riscos e a capacidade de alocação em setores estratégicos garantem que esses fundos mantenham resiliência mesmo em cenários adversos.