O Banco Central divulgou nesta quarta-feira (2) que o fluxo cambial total da semana de 23 a 27 de setembro encerrou com um saldo negativo de US$ 165 milhões. Esse resultado foi influenciado pela significativa saída de US$ 743 milhões pela conta financeira, compensada parcialmente pela entrada de US$ 578 milhões através de operações comerciais.
Resultado mensal de setembro
No acumulado de setembro, até o dia 27, o saldo cambial também foi negativo, atingindo US$ 4,565 bilhões. A conta financeira registrou uma saída líquida de US$ 4,034 bilhões, enquanto o fluxo comercial apresentou um déficit de US$ 530 milhões. Esses dados refletem a movimentação financeira mais expressiva em comparação às entradas de capital relacionadas a comércio exterior.
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Acumulado de 2024 permanece positivo
Apesar do cenário adverso em setembro, o fluxo cambial acumulado de 2024, até o dia 27, ainda se mantém positivo, com um saldo de US$ 6,182 bilhões. Esse número é reflexo de operações de câmbio ocorridas ao longo do ano, destacando a robustez das transações comerciais e financeiras internacionais do Brasil.
O desempenho cambial ao longo de 2024 é marcado por uma certa volatilidade, conforme o cenário global enfrenta desafios econômicos e tensões geopolíticas, como o aumento dos preços de commodities e a flutuação nas políticas monetárias de grandes economias, que impactam diretamente a entrada e saída de capitais do Brasil.
Ganhos com swaps cambiais
Além dos números relativos ao fluxo cambial, o Banco Central informou que até o dia 27 de setembro, o governo obteve um ganho expressivo de R$ 19,229 bilhões com as operações de swap cambial. Essas operações servem como um importante instrumento para o controle de volatilidade cambial e são utilizadas para proteger a economia brasileira das oscilações bruscas do câmbio.
A posição cambial líquida do Banco Central está atualmente em US$ 252,806 bilhões, o que reflete a sólida reserva internacional do Brasil. As reservas são uma importante garantia contra crises externas e flutuações abruptas no mercado internacional, permitindo ao Brasil lidar melhor com possíveis choques econômicos.
Cenário internacional e suas influências
A retração no fluxo cambial em setembro pode ser atribuída, em parte, ao cenário global de incerteza. Com a recente escalada nas tensões geopolíticas e o aumento dos preços do petróleo, o Brasil, como uma economia emergente, é diretamente impactado pela fuga de capitais para mercados mais seguros, como o dólar americano.
Ao mesmo tempo, as incertezas sobre o crescimento econômico global e as movimentações de política monetária em grandes economias, como Estados Unidos e Europa, influenciam o apetite dos investidores por ativos de risco em países emergentes, contribuindo para o saldo negativo no fluxo de capitais financeiros.