Os Fiagros, fundos de investimento voltados ao agronegócio, registraram um crescimento impressionante de 124% em 12 meses, alcançando um patrimônio líquido de R$ 41,96 bilhões até o final do terceiro trimestre de 2024. Segundo o Boletim do Agronegócio, divulgado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a alta mensal foi de 13%, consolidando os Fiagros como uma das principais opções de diversificação de investimentos no Brasil.
Esse avanço reflete o papel estratégico dos Fiagros no financiamento do agronegócio, um dos setores mais dinâmicos e resilientes da economia brasileira. O crescimento também demonstra o apetite dos investidores por produtos que combinam rentabilidade, segurança e impacto positivo no setor produtivo.
Principais Dados do Crescimento
O patrimônio dos Fiagros é composto por diversos tipos de ativos, destacando-se os direitos creditórios e os bens imóveis. Confira os principais números do segmento:
- Patrimônio Total: R$ 41,96 bilhões (+124% em 12 meses).
- Segmentos de Investimento:
- Direitos creditórios: 45% do total.
- Ativos imobiliários: 43% do total.
- Número de Cotistas:
- 63% dos Fiagros têm entre 2 mil e 5 mil investidores.
- 12 produtos já ultrapassaram a marca de 15 mil cotistas.
Resumo do Crescimento
| Indicador | Valor | Variação Anual (%) |
|---|---|---|
| Patrimônio Líquido | R$ 41,96 bilhões | +124,3% |
| Direitos Creditórios (FIDC) | 45% do total | – |
| Ativos Imobiliários (FII) | 43% do total | – |
CRAs e a Dinâmica do Mercado
Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) desempenham um papel crucial nas carteiras dos Fiagros, com um volume aplicado de R$ 10,9 bilhões. Esses títulos são fundamentais para financiar atividades agropecuárias, como plantio, manejo e mão de obra.
Destaques dos CRAs:
- Participação em Direitos Creditórios: 89% das emissões são destinadas ao financiamento direto da produção agropecuária.
- Indexação ao IPCA: 57% das emissões estão atreladas à inflação, protegendo investidores contra a alta de preços.
- Prazo Médio: 91% das emissões têm vencimentos entre 3 e 10 anos.
Esse crescimento de 47,7% nos últimos 12 meses reflete a confiança dos investidores profissionais, que agora representam 58% das alocações, contra 49% no segundo trimestre de 2024.
Regulação e Novidades para 2025
A CVM anunciou, em setembro, uma regulação específica que entrará em vigor em março de 2025, trazendo novas possibilidades para os Fiagros. Entre as mudanças, destaca-se a criação de uma modalidade de multimercado que inclui estímulos para participação no mercado de carbono.
Essa regulação busca ampliar o impacto ambiental e econômico dos Fiagros, permitindo que esses fundos sejam utilizados em iniciativas voltadas para a sustentabilidade, como créditos de carbono e projetos de preservação ambiental.
Oportunidades para Investidores
Segundo David Menegon, gerente de securitização e agronegócio da CVM, os Fiagros são um instrumento essencial para impulsionar o financiamento do agronegócio brasileiro e oferecer alternativas atraentes de investimento.
“O constante crescimento dos Fiagros demonstra seu potencial para impulsionar o financiamento do agronegócio e ampliar a diversificação de investimentos no Brasil,” afirma Menegon.
Além disso, o lançamento de produtos como o Fiagro-FIDC e o Fiagro-FII oferece flexibilidade para atender a diferentes perfis de investidores, tornando-os cada vez mais acessíveis e estratégicos.
Conclusão
Com um crescimento expressivo de 124% em 12 meses e um patrimônio que se aproxima de R$ 42 bilhões, os Fiagros consolidam-se como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento do agronegócio e para a diversificação de investimentos no Brasil.
A regulação prevista para 2025 e a expansão do mercado de carbono abrem novas oportunidades para o setor, reforçando a importância dos Fiagros no mercado de capitais e no financiamento da produção agropecuária sustentável.
Os investidores, por sua vez, encontram nos Fiagros uma combinação de segurança, rentabilidade e impacto positivo, ampliando as possibilidades de alocação em um dos setores mais promissores da economia brasileira.
