O Fed corta a taxa de juros para 4% e 4,25%. O Comitê busca atingir o máximo de emprego e inflação a uma taxa de 2% no longo prazo. A incerteza quanto às perspectivas econômicas permanece elevada.
Segundo comunicado do Fed, “indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade econômica moderou-se no primeiro semestre do ano”. O banco central norte-americano destacou ainda a desaceleração na criação de empregos e a leve alta da taxa de desemprego, atualmente em 4,3%, como fatores decisivos para o corte.
Powell muda o tom e prioriza empregos
O presidente do Fed, Jerome Powell, já havia sinalizado a mudança de postura em seu discurso no simpósio de Jackson Hole, em Wyoming. Na ocasião, ele afirmou que “chegou a hora de a política monetária se ajustar”.
Os números recentes reforçaram a avaliação: em agosto, a economia americana criou apenas 22 mil vagas, muito abaixo da expectativa de 75 mil, o que trouxe sinais de fragilidade no mercado de trabalho. A inflação, medida pelo índice de preços de consumo pessoal (PCE), segue em 3,1% ao ano, acima da meta de 2%, mas a leitura do Fed é de que os riscos de alta começam a perder força.
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Nova composição fortalece ala pró-cortes
A decisão também foi influenciada pela recomposição do conselho do Fed. O Senado confirmou nesta semana o nome de Stephen Miran, ex-assessor econômico do presidente Donald Trump, para o Conselho de Governadores. Conhecido por sua posição favorável à flexibilização monetária, Miran fortalece a ala conservadora, que já contava com Michelle Bowman e Christopher Waller — críticos da manutenção dos juros em patamares elevados.
O que esperar daqui para frente?
Com o corte de setembro, os membros do Fed agora projetam que a taxa de juros deve cair para 3,6% até o fim de 2025, o que abre espaço para pelo menos mais duas reduções neste ano. Em 2026, a expectativa é de queda para 3,4% e, em 2027, para 3,1%.
A inflação, por sua vez, deve permanecer em 3,1% em 2025, desacelerar para 2,6% em 2026 e atingir a meta de 2,1% em 2027. Já o mercado de trabalho deve registrar estabilidade em 2025, com desemprego em 4,5%, recuando gradualmente para 4,3% até 2027.