As exportações chinesas despencaram 14,5% em julho em relação ao ano passado, acompanhadas por uma contração de 12,4% nas importações, conforme revelado pelos dados da alfândega na terça-feira. Este é o pior desempenho das exportações da segunda maior economia mundial desde fevereiro de 2020.
Antecipando esses números, uma pesquisa conduzida pela Reuters com economistas já apontava uma queda de 12,5% nas exportações e um declínio de 5,0% nas importações.
Destacando as áreas-chave, as importações de soja atingiram 9,73 milhões de toneladas em julho, representando um aumento de 23,5% em relação ao ano anterior. Entre janeiro e julho, essas importações totalizaram 62,3 milhões de toneladas, refletindo um crescimento de 15% ano a ano.
No âmbito do petróleo bruto, as importações de julho alcançaram 43,69 milhões de toneladas, apresentando um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Ao longo dos sete primeiros meses de 2023, essas importações totalizaram 326 milhões de toneladas, registrando um crescimento de 12,4% ano a ano.
No setor de minério de ferro, as importações de julho somaram 93,48 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 2,5% em relação ao ano anterior. O acumulado de janeiro a julho registrou importações de 669 milhões de toneladas, refletindo um crescimento de 6,9% em relação ao ano anterior.
Por outro lado, as importações de cobre em julho totalizaram 451.159 toneladas métricas, sofrendo uma queda de 2,7% em relação ao ano anterior.
Os especialistas também expressaram suas opiniões sobre esses dados de commodities. Wang Mingwei, analista de soja da Dayue Futures em Hangzhou, observou que as importações de soja não foram surpreendentes em julho, considerando que as colheitas no Brasil e o progresso das exportações não atingiram as expectativas devido ao clima. Cai Yongzheng, diretor do Instituto de Pesquisa de Dados de Jiangsu Fushi em Nanjing, comentou que a redução nas importações de minério de ferro estava dentro do esperado, sendo influenciada por remessas reduzidas do exterior e restrições ambientais. Emma Li, analista de petróleo bruto da Vortexa em Cingapura, observou que a queda nas importações de petróleo bruto foi liderada pelos principais exportadores como EUA, Arábia Saudita e Rússia, que reduziram suas exportações devido a metas de produção reduzidas e maior demanda interna. Por fim, Lynn Zhao, estrategista de commodities da Macquarie em Xangai, atribuiu a queda nas importações de cobre ao fechamento da arbitragem de preços e às restrições logísticas nos portos africanos.