A exportação de café para a China mostra crescimento importante, mesmo diante do impacto do tarifaço de 50% dos EUA que afeta o setor cafeeiro brasileiro. O mercado chinês, ainda em consolidação, surge como promessa, mas o foco da indústria está na negociação de tarifas com os EUA para garantir menores custos e maior competitividade.
Crescimento e desafios da exportação de café para a China e EUA
O mercado de exportação de café brasileiro enfrenta desafios importantes, principalmente devido ao tarifaço de 50% aplicado pelos Estados Unidos. Esse imposto elevado aumenta o custo do produto para o consumidor americano e dificulta as vendas do Brasil nos EUA, que ainda é o principal comprador do café brasileiro.
Em 2024, o Brasil exportou 8 milhões de sacas de 60 kg de café para os Estados Unidos, representando cerca de um terço do mercado norte-americano. Porém, o alta taxa tarifária coloca pressão para negociar um alívio nas tarifas. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) tem buscado acordos para reduzir essa sobretaxa, que impacta diretamente no preço final do café.
Por outro lado, a China se destaca como um mercado em crescimento para o café brasileiro. Apesar de comprar menos de 1 milhão de sacas em 2024, a demanda chinesa cresceu muito na última década. Em 2023, o Brasil alcançou o pico de 1,5 milhão de sacas exportadas para a China, mas as vendas caíram para 988 mil sacas em 2024.
A popularidade do café entre os jovens chineses e a expansão do consumo, que hoje chega a 5,8 milhões de sacas por ano, tornam a China um mercado com potencial para aumentar ainda mais. Recentemente, a China liberou o cadastro de 183 empresas brasileiras para facilitar a exportação, incluindo medidas para reduzir a burocracia e agilizar processos alfandegários.
Esse movimento mostra a intenção chinesa de fortalecer as relações comerciais e ampliar as importações brasileiras de café, apesar da prioridade do setor ainda ser um acordo tarifário com os EUA. O equilíbrio entre a abertura de novos mercados e a renegociação das tarifas norte-americanas é fundamental para o futuro da exportação de café do Brasil.