O êxodo de milionários no Brasil deve se intensificar em 2025, com projeção de saída líquida de cerca de 1.200 pessoas com fortuna acima de US$ 1 milhão, segundo levantamento da consultoria Henley & Partners em parceria com a New World Wealth. Esse fluxo representa uma remessa estimada de US$ 8,4 bilhões (aproximadamente R$ 46 bilhões) para o exterior, colocando o Brasil na sexta posição global em retirada de indivíduos de alta renda.
Ranking mundial do êxodo de milionários
De acordo com os dados, apenas Rússia, Índia, China, Coreia do Sul e Reino Unido devem registrar perdas líquidas maiores que o Brasil neste ano. Globalmente, a Henley & Partners estima que cerca de 142 mil milionários migrarão de país até dezembro de 2025, em um recorde histórico.
País | Migração de milionários | Riqueza estimada dos milionários (em bilhões de dólares) |
Reino Unido | -16.500 | 91,8 |
China | -7.800 | 55,9 |
Índia | -3.500 | 26,2 |
Coreia do Sul | -2.400 | 15,2 |
Rússia | -1.500 | 14,7 |
Brasil | -1.200 | 8,4 |
França | -800 | 4,4 |
Espanha | -500 | 3,1 |
Alemanha | -400 | 2,2 |
Israel | -350 | 2,5 |
Quais destinos estão atraindo os milionários brasileiros?
O levantamento destaca que os principais destinos para onde o capital brasileiro migra são os Estados Unidos (com grande concentração na Flórida), seguidos por Portugal, Ilhas Cayman, Costa Rica e Panamá. Isso reforça o perfil de procura por segurança jurídica, qualidade de vida e estruturas financeiras mais estáveis.
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Por que há um êxodo de milionários no Brasil?
Segundo especialistas da Henley & Partners, o fenômeno do êxodo de milionários ocorre sobretudo quando se percebe uma deterioração em fatores como segurança, ambiente político e tributação. Com mudanças fiscais frequentes e elevadas tarifas, muitos brasileiros de alta renda decidem migrar para preservar patrimônio e oferecer mais previsibilidade para seus investimentos futuros.
Comparativo com os BRICS
Ainda que outros países do BRICS também estejam perdendo milionários, o Brasil se destaca como o único com tendência clara de fuga líquida desde 2014‑2024, quando houve queda de 18% na população de milionários. China (–7.800), Índia (–3.500), Rússia (–1.500) e África do Sul (–250) registram perdas, mas em níveis menores do que na pré-pandemia. Já no Brasil, o quadro reflete uma migração acentuada sem sinais de retorno significativo. No comparativo global de 2014‑2024, o Brasil figura em 10º lugar na redução de milionários, superado apenas por Argentina, Turquia e Nigéria.
Impactos da saída de milionários
Para os destinos desses milionários, a chegada desses indivíduos gera benefícios econômicos: aumento do ingresso de divisas, investimentos locais, valorização de imóveis e movimentação de mercados financeiros. No entanto, para o Brasil, o êxodo representa um alerta sobre fragilidades estruturais. A saída de capital e conhecimento pode agravar a instabilidade econômica e reduzir a base de investidores com influência no cenário político e social.
O cenário descrito pela Henley & Partners evidencia que o êxodo de milionários no Brasil é um reflexo de desafios internos que envolvem ambiente tributário instável, insegurança e falta de previsibilidade para os mais ricos. A tendência de perda de alto patrimônio continua, enquanto o país enfrenta o difícil desafio de reter talento, riqueza e influência diante de um mundo cada vez mais globalizado e competitivo pelos recursos financeiros das elites.
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