EUA revogam mais de 6 mil vistos de estudantes, diz membro do Departamento de Estado

Mais de 6 mil vistos de estudantes foram cancelados nos EUA em 2025, afetando universidades com perdas bilionárias
vistos de estudantes

Os Estados Unidos revogaram mais de 6 mil vistos de estudantes ao longo de 2025, segundo um membro do Departamento de Estado. A medida, parte das diretrizes mais rigorosas do na área de imigração, tem gerado consequências significativas tanto para os estudantes estrangeiros quanto para o sistema universitário americano, que depende fortemente das matrículas internacionais como fonte de receita.

Por que os vistos de estudantes foram cancelados?

De acordo com informações reveladas à imprensa americana, os principais motivos para a revogação foram a ultrapassagem do prazo de permanência, violações da lei e até acusações ligadas a “apoio ao terrorismo”. Do total, cerca de 4 mil estudantes tiveram seus vistos cancelados por quebra da lei — em sua maioria, casos de agressão, mas também com registros de direção sob influência de álcool e drogas, furtos e outras infrações.

Publicidade: Banner Header – Meio do post

Além disso, entre 200 e 300 vistos de estudantes foram revogados com base em uma regra do Manual de Relações Exteriores do Departamento de Estado, que trata da inelegibilidade por envolvimento em atividades terroristas ou vínculos com grupos extremistas. O governo, porém, não divulgou quais organizações teriam sido mencionadas nos relatórios.

Segundo a Fox Digital, diplomatas americanos receberam orientação em 2025 para intensificar a análise de perfis considerados hostis aos EUA ou ligados a ativismo político.

O impacto para universidades americanas

O cancelamento massivo de vistos de estudantes está provocando um efeito dominó nas instituições de ensino superior dos EUA. Estimativas da Bloomberg apontam que as matrículas de estrangeiros devem cair 30% neste semestre, gerando uma perda de até US$ 2,6 bilhões em receitas de matrícula.

Os estados mais prejudicados serão Califórnia e Nova York, com previsão de perdas superiores a US$ 1 bilhão cada, segundo a Associação de Educadores Internacionais (NAFSA). Outras regiões como Texas, Massachusetts, Illinois, Flórida, Michigan, Ohio e Pensilvânia devem registrar quedas acima de US$ 200 milhões.

A NAFSA alerta que as universidades, especialmente as públicas, tornaram-se fortemente dependentes da receita proveniente de estudantes internacionais. Esses alunos pagam taxas significativamente mais altas, o que ajuda a financiar o ensino dos estudantes domésticos. Com a queda no fluxo de estrangeiros, muitas instituições terão que rever suas estratégias financeiras, correndo o risco de elevar as mensalidades para americanos ou até mesmo cortar programas acadêmicos e vagas de professores.

A Universidade Estadual do Arizona (ASU) já relatou que os atrasos e cancelamentos de vistos têm causado mais disrupção do que a própria da covid-19. Já a Universidade do Sul da Califórnia (USC), que conta com uma grande população de estudantes asiáticos, enfrenta atualmente um éficit de US$ 200 milhões e deve ser ainda mais impactada.

A justificativa política do governo Trump

O secretário de Estado, Marco Rubio, defendeu as medidas e destacou que “centenas, talvez milhares, de pessoas, incluindo estudantes” tiveram seus vistos revogados por se envolverem em atividades que, segundo ele, iam contra as prioridades da política externa dos EUA.

O endurecimento das regras para e manutenção de vistos de estudantes faz parte de uma política mais ampla de restrição migratória da administração Trump. Para críticos, no entanto, a decisão pode afastar talentos estrangeiros e reduzir a competitividade das universidades americanas em um cenário global cada vez mais competitivo.

Incerteza para candidatos

A notícia da revogação de mais de 6 mil vistos de estudantes espalhou insegurança entre candidatos que planejam iniciar seus estudos nos EUA nos próximos semestres. Consultorias educacionais relatam aumento na procura por alternativas em países como Canadá, , e , que vêm reforçando suas políticas de atração de estudantes internacionais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *