A decisão do governo americano de intensificar sua política comercial voltou a movimentar a economia global. O presidente Donald Trump anunciou que os EUA ampliam tarifas sobre aço e alumínio, atingindo mais de 400 categorias de produtos. Entre os itens impactados estão motocicletas, utensílios de mesa, vagões ferroviários, turbinas eólicas e equipamentos pesados.
De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, todos os produtos listados passam a ter uma alíquota de 50%, independentemente do país de origem. A medida entrou em vigor imediatamente e surpreendeu importadores e indústrias, que não tiveram tempo de adaptação — nem mesmo para mercadorias já em trânsito.
EUA amplia tarifas e amplia a lista de produtos afetados
A nova lista inclui desde itens industriais, como compressores e guindastes, até produtos de consumo, como cadeirinhas infantis e utensílios domésticos. Para especialistas do setor logístico, o alcance da medida é inédito.
“Se é brilhante, metálico ou remotamente relacionado a aço ou alumínio, provavelmente está na lista”, afirmou Brian Baldwin, executivo da Kuehne + Nagel, em uma postagem no LinkedIn.
O grande desafio para as empresas agora é calcular a proporção de aço ou alumínio em cada item, algo que exige dados técnicos detalhados de fornecedores. Segundo a Flexport, o “ônus de conformidade” será pesado para fabricantes e importadores.
Por que os EUA ampliam tarifas neste momento?
A decisão de que os EUA ampliam tarifas não é isolada. Desde 2018, Trump tem usado barreiras comerciais como forma de incentivar a produção doméstica e reduzir a dependência de importações.
No entanto, críticos afirmam que essa política pode encarecer produtos no mercado interno e gerar retaliações de parceiros comerciais estratégicos, como China, Canadá e União Europeia. O anúncio também acontece em um ano eleitoral, reforçando o discurso de Trump em defesa dos trabalhadores da indústria americana.
Impactos econômicos da medida
Segundo estimativas de Jason Miller, professor da Universidade Estadual de Michigan, as tarifas podem atingir US$ 328 bilhões em mercadorias importadas, um salto expressivo em relação aos US$ 191 bilhões que estavam sob tarifa antes da mudança.
Setores como transporte, energia e construção devem sentir o impacto com aumento de custos e possíveis atrasos em projetos. Para importadores, a falta de aviso prévio foi um dos pontos mais criticados. “Foi quase uma pegadinha”, disse Shannon Bryant, despachante aduaneiro em Michigan.
Possíveis desdobramentos
O fato de que os EUA ampliam tarifas em mais de 400 produtos abre espaço para novas disputas comerciais. Caso parceiros estratégicos adotem medidas retaliatórias, exportadores americanos também poderão ser afetados.
Além disso, economistas alertam que a decisão pode pressionar ainda mais a inflação nos Estados Unidos, já que diversos setores produtivos dependem de insumos importados.