ETF de bitcoin da BlackRock
O iShares Bitcoin Trust ETF (IBIT), da BlackRock, sofreu uma saída recorde de US$ 333 milhões na quinta-feira (2), marcando o maior valor retirado desde seu lançamento. Essa foi a terceira sessão seguida de perdas, destacando o momento de maior pressão para o principal fundo de bitcoin à vista.
Com mais de US$ 53 bilhões em ativos sob gestão e quase US$ 37 bilhões em entradas ao longo de 2024, o IBIT conquistou grande adesão entre investidores institucionais. No entanto, o movimento de retiradas sinaliza a necessidade de ajustes nos portfólios com a virada do ano.
Bitcoin e mercado institucional: um momento de cautela
Após atingir um recorde de US$ 108.315 em dezembro, o preço do bitcoin recuou para US$ 96.465 nesta sexta-feira (3), o que representa uma queda de 11% em relação ao pico histórico. O enfraquecimento dos fluxos de capital no IBIT reflete uma correção natural após a forte alta de 2024, especialmente em um ambiente ainda influenciado pelas políticas econômicas globais.
Saída de fundos de bitcoin nos EUA chega a US$ 2 bilhões
Além do ETF de bitcoin da BlackRock, o mercado como um todo também foi impactado. Desde o dia 19 de dezembro, os ETFs de bitcoin listados nos EUA registraram saídas líquidas de cerca de US$ 2 bilhões, segundo dados da Bloomberg.
O interesse aberto em futuros de bitcoin operados pelo CME Group também caiu quase 20% em relação ao pico de dezembro, indicando uma redução da exposição por parte dos investidores institucionais.
ETF de bitcoin da BlackRock: Fatores que impulsionam as retiradas
Paul Howard, diretor sênior do criador de mercado cripto Wincent, apontou que as saídas de capital refletem a busca por ajustes de balanço e redução de riscos típicos do início do ano.
“Com o fechamento dos balanços anuais, é comum vermos um movimento de realização de lucros e diminuição de posições em ativos voláteis, como o bitcoin”, afirmou Howard.
Apesar disso, o analista destacou que o mercado cripto permanece robusto e deve reagir positivamente caso o cenário macroeconômico apresente sinais de estabilidade e novas políticas de incentivo sejam implementadas.
BlackRock e seu papel no mercado cripto
A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, desempenha um papel crucial no mercado de ETFs de bitcoin. O lançamento do IBIT no início de 2024 foi um marco para a legitimidade dos ativos digitais entre os investidores institucionais, impulsionando o bitcoin a sucessivas máximas.
Porém, a falta de resposta da empresa sobre os recentes movimentos de mercado levanta questionamentos sobre as estratégias futuras do fundo.
Perspectivas para 2025
Apesar do recuo, especialistas avaliam que o bitcoin pode manter níveis elevados em 2025, dependendo das condições econômicas globais e do suporte regulatório nos Estados Unidos. A gestão de energia e a expansão das políticas pró-cripto, prometidas pelo presidente Donald Trump, podem fortalecer a mineração e aumentar a confiança no ativo digital.
Por outro lado, a volatilidade do mercado e as incertezas fiscais ainda podem limitar uma recuperação rápida. A saída recorde do ETF da BlackRock reforça que, mesmo com o aumento da adoção institucional, os movimentos especulativos e ajustes de risco ainda desempenham um papel central no mercado de criptomoedas.
O ETF de bitcoin da BlackRock atravessa seu primeiro grande teste de confiança em 2025, com um início de ano marcado por saídas significativas de capital. O comportamento dos investidores nos próximos meses será decisivo para determinar se o fundo manterá sua posição de destaque ou sofrerá novos impactos de mercado.
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