Os números recentes sobre as encomendas industriais na Alemanha indicam um crescimento menor do que o esperado para o mês de fevereiro, sinalizando um contínuo impacto da demanda fraca no setor manufatureiro da maior economia da Europa.
De acordo com dados divulgados na sexta-feira pelo escritório federal de estatísticas, os novos pedidos aumentaram apenas 0,2% em relação ao mês anterior, em uma base ajustada sazonalmente e de calendário. Esse aumento, porém, ficou abaixo das expectativas dos analistas, que previam um crescimento de 0,8%, conforme revelado por uma pesquisa da Reuters.
Ralph Solveen, economista sênior do Commerzbank, destacou que o aumento registrado se deveu principalmente a um ligeiro acréscimo nas grandes encomendas. Ele observou que, ao excluir essas grandes encomendas, o resultado indicaria uma queda adicional de 0,8%, o que aponta para uma tendência descendente na demanda por bens industriais alemães.
Os dados econômicos recentes sugerem que a economia alemã está no caminho para uma possível recessão técnica no primeiro trimestre de 2024, após uma contração de 0,3% no último trimestre do ano anterior. Embora haja sinais de estabilização na atividade do setor de serviços, as fábricas ainda enfrentam desafios significativos.
No mês em análise, as encomendas industriais domésticas aumentaram 1,5%, enquanto as encomendas externas caíram 0,7%. Além disso, as novas encomendas da zona do euro sofreram uma diminuição de 13,1%, contrastando com um aumento de 7,8% nas encomendas provenientes de fora da área do euro.
Os dados revisados também revelaram uma queda de 11,4% nas encomendas em janeiro, em vez dos 11,3% inicialmente relatados.
O setor industrial, que representa aproximadamente um quinto da economia alemã, continuou a enfrentar dificuldades em março, conforme indicado pelo Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria transformadora.
No geral, os números apontam para um declínio significativo nas novas encomendas no primeiro trimestre, com uma queda estimada de cerca de 4% em termos trimestrais, de acordo com Claus Vistesen, economista-chefe da zona do euro na Pantheon Macroeconomics.