Em outubro, os empregos nos EUA sofreram um impacto significativo devido à combinação do furacão Helene, que atingiu a Flórida como um poderoso ciclone de categoria 4, e a greve de trabalhadores da Boeing. Juntos, esses eventos resultaram na perda estimada de mais de 100.000 postos de trabalho, marcando a maior desaceleração no crescimento de empregos não agrícolas desde dezembro de 2020.
O estado da Flórida foi o mais afetado pelo furacão, com uma redução de 38.000 empregos, enquanto o estado de Washington, onde está localizada uma das principais fábricas da Boeing, registrou uma perda de 35.900 empregos. Outros estados, como Carolina do Norte, Carolina do Sul, Virgínia e Tennessee, também sofreram reduções, com impacto menor na Geórgia.
Estimativas de Economistas Sobre os Empregos Perdidos
Especialistas apontam que o furacão Helene foi responsável por retirar entre 65.000 e 90.000 empregos das folhas de pagamento de outubro, dependendo da metodologia utilizada. Enquanto isso, a greve dos trabalhadores da Boeing na Costa Oeste, que durou sete semanas, contribuiu significativamente para as perdas.
Abiel Reinhart, economista do JP Morgan, explicou que comparar as médias móveis de 6 meses ou 12 meses das folhas de pagamento pode oferecer perspectivas diferentes sobre o impacto, mas ambas confirmam uma perda substancial. A greve e o furacão juntos resultaram em uma estimativa total entre 100.000 e 125.000 empregos eliminados no mês.
Recuperação Esperada em Novembro
Apesar da queda acentuada, analistas estão otimistas em relação a uma recuperação em novembro. O economista James Knightley, do ING, afirmou que os trabalhadores da Boeing já retornaram ao trabalho e que grande parte das pessoas impactadas pelo furacão estará de volta às folhas de pagamento.
Além disso, os pedidos de auxílio-desemprego registraram queda no início de novembro, reforçando a expectativa de uma melhora no mercado de trabalho. Para Knightley, a recuperação deve começar com uma base de pelo menos 109.000 empregos adicionados em novembro, excluindo novos fatores de crescimento.
Comparação com Anos Anteriores e Tendências
O impacto de eventos climáticos e greves no mercado de trabalho dos EUA não é novidade. Furacões como Katrina e Sandy também causaram quedas temporárias nos empregos em suas épocas, seguidas por um aumento durante os períodos de reconstrução.
Impacto Regional nos Estados Unidos
Os estados do Sudeste, como Flórida, Carolina do Norte e Carolina do Sul, foram duramente atingidos pelo furacão Helene, o que impactou setores como turismo, construção civil e comércio. Já o estado de Washington sentiu o peso da greve da Boeing, que paralisou a produção e afetou diretamente milhares de trabalhadores.
Embora a Geórgia tenha apresentado um impacto menor, a desaceleração na criação de empregos foi evidente em toda a região. A recuperação regional dependerá em grande parte dos esforços de reconstrução nas áreas afetadas pelo furacão e da retomada da atividade econômica normal.