Os empreendedores da Faixa de Gaza: entenda como o mundo mudou em 8 anos

Apesar de um cenário de guerra, escassez e colapso econômico, os empreendedores da Faixa de Gaza seguem criando, inovando e resistindo.
empreendedores da Faixa de Gaza

Com 42 quilômetros de extensão e mais de 2 milhões de habitantes, a Faixa de Gaza vive uma das situações mais difíceis do mundo moderno. A com Israel, iniciada em outubro de 2023, destruiu a infraestrutura, matou milhares e mergulhou a em colapso.

Mas mesmo em meio à devastação, há vida empreendedora. Os empreendedores da Faixa de Gaza continuam a resistir, criando soluções tecnológicas, redes de apoio local e modelos de sustentáveis que desafiam as probabilidades.

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Segundo relatório das Nações Unidas, mais de 85% das 56 mil registradas em Gaza estão inativas. O atinge quase 80% da população e o PIB encolheu mais de 84%. A eletricidade, que já era limitada, foi completamente cortada em 2024. Ainda assim, empreendedores locais persistem.


Gaza Sky Geeks: startups sob bombardeio

Um dos principais símbolos dessa resistência é o Gaza Sky Geeks, uma aceleradora de startups fundada em 2011. Mesmo com energia intermitente e ataques constantes, o espaço segue ativo graças a geradores, internet via satélite e doações internacionais.

Em 2025, seu programa Elevate visa capacitar 10 mil jovens por ano e gerar mais de 50 mil empregos diretos e indiretos. Mais de 20 startups já receberam mentoria e apoio em branding, marketing e expansão de mercado.

Entre os financiadores da iniciativa estão o Ibtikar Fund II, com US$ 25 milhões captados, o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, que investe em empresas locais com potencial de crescimento, e a IFC, que liberou até US$ 100 milhões para o Banco da Palestina.


Yazegi: da Pepsi ao marketing digital

Outro exemplo de força empreendedora em Gaza é Hammam Yazegi, herdeiro da distribuidora local da Pepsi. Além de manter a operação mesmo durante a guerra, Yazegi fundou uma agência de marketing digital e lançou um café popular que virou ponto de encontro durante o Ramadã.

Com visão de longo prazo, ele apostou em estratégias de baixo custo com alto volume, ajudando a manter empregos e abastecimento em meio à . Em 2024, lançou iniciativas digitais para manter contato com clientes e adaptar suas operações à nova realidade de Gaza.


A agricultura resiste: os morangos de Akram

No campo, os empreendedores da Faixa de Gaza também enfrentam batalhas. O agricultor Akram Abu Khusa cultiva morangos orgânicos certificados pela Global GAP desde os anos 2000. De 50 toneladas anuais em 2017, caiu para 35 toneladas em 2024 por falta de água e combustível.

Mesmo assim, Akram aumentou sua margem com vendas locais — o quilo do morango saltou de 1 shekel em 2023 para 1,80 em 2024. As diminuíram drasticamente, mas 60% da produção segue sendo consumida na própria Gaza.


O colapso empresarial e o renascimento local

A guerra destruiu 63% dos edifícios de Gaza e forçou 85% da população a deixar suas casas. A infraestrutura, já precária, colapsou. Mesmo assim, há um renascimento silencioso, movido por pequenos negócios, freelancers e microempreendedores.

Desde cursos de programação online até pequenos serviços de entrega e alimentação, os empreendedores da Faixa de Gaza estão criando uma nova economia de sobrevivência, colaborativa e digital, mesmo com internet instável e risco constante.


O papel das mulheres e da juventude

Em meio a tudo isso, chama a atenção o protagonismo das mulheres e dos jovens. Programas como o Startup Weekend Gaza e a Women Techmakers conseguiram, entre 2018 e 2022, capacitar mais de 5 mil mulheres em áreas como desenvolvimento web, UX e .

Esses talentos hoje lideram projetos que vão desde e-commerces locais até consultorias para empresas internacionais. Mesmo sob bloqueio, a juventude de Gaza encontrou formas de exportar serviços digitais para o mundo árabe e até para a Europa.


Gaza não é para amadores — mas é para inovadores

A Faixa de Gaza se transformou em um dos ambientes mais extremos para fazer negócios no mundo. Mas também é um dos lugares onde a força empreendedora se mostra mais resiliente.

A história dos empreendedores da Faixa de Gaza é mais do que resistência: é uma demonstração prática de que a inovação nasce da necessidade, e que a esperança pode florescer mesmo em solos devastados.

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