A menos de um ano do início oficial da corrida eleitoral, as Eleições 2026 começam a tomar forma no imaginário dos brasileiros — e a nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (9), mostra um cenário de cansaço com as principais lideranças políticas do país.
Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados são contra uma nova candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 42% defendem a reeleição do presidente. O número de rejeição ainda é alto, mas caiu quatro pontos desde maio, indicando uma leve recuperação na popularidade de Lula.
Bolsonaro perde força e maioria quer que ele apoie outro nome
Se para Lula há resistência, para Jair Bolsonaro (PL) a rejeição é ainda maior.
De acordo com a pesquisa, 76% dos brasileiros acreditam que o ex-presidente não deve se candidatar em 2026 e deveria apoiar outro candidato. Apenas 18% defendem sua volta direta à disputa — o menor percentual desde o início da série histórica.
Entre seus próprios eleitores, há divisão interna: 52% ainda desejam que o ex-presidente concorra, mas 47% preferem ver Bolsonaro atuando como apoiador, o que mostra uma fadiga política também dentro de sua base.
Tarcísio de Freitas e Lula enfrentam rejeição alta
O levantamento da Genial/Quaest também mapeou o nível de rejeição das principais lideranças nacionais.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), atingiu 41% de rejeição, o maior índice desde o início da série — um salto de 9 pontos desde janeiro.
Lula, apesar da leve melhora, ainda aparece com 51% de rejeição, contra o pico de 57% em maio.
Já Bolsonaro lidera o ranking negativo, com 63%, ligeiramente abaixo do mês anterior (64%).
Michelle, Eduardo e Ciro também enfrentam forte rejeição
A pesquisa mostra que a percepção negativa se estende a outros nomes conhecidos.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem o maior índice de rejeição entre os avaliados: 68%.
Logo atrás aparecem a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com 61%, e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 60%.
Governadores do Centro-Sul têm rejeição menor, mas pouca visibilidade
Os governadores Ratinho Júnior (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) aparecem com índices de rejeição mais baixos — 40%, 34% e 32%, respectivamente.
Apesar disso, o desafio desses nomes é outro: a baixa exposição nacional.
Mais da metade dos entrevistados disse não conhecer Zema (52%) ou Caiado (54%), enquanto 37% afirmaram não conhecer Ratinho Jr..
O retrato do cenário político antes das Eleições 2026
A pesquisa indica que, embora Lula e Bolsonaro ainda sejam os polos centrais da política brasileira, há sinais claros de desgaste e um vácuo de liderança que pode ser ocupado por novos nomes.
“Os números mostram uma sociedade cansada da polarização e que busca alternativas”, afirma Felipe Nunes, diretor da Quaest.
A disputa de 2026 tende, portanto, a ser mais fragmentada, com partidos e lideranças tentando se posicionar entre os dois campos — um cenário que pode redefinir o mapa político nacional.
