O dólar intensificou seu movimento de queda nos últimos dias e pode atingir patamares ainda mais baixos frente ao real, chegando até R$ 4,60, segundo relatório do BTG Pactual divulgado nesta terça-feira (16). A análise técnica da instituição identifica a ativação de um padrão gráfico de reversão, que sugere uma mudança estrutural na tendência do câmbio.
Na semana passada, a moeda norte-americana já havia registrado queda de 1,24% frente ao real, rompendo o suporte de R$ 5,40, que sustentava as cotações desde julho de 2024. Esse rompimento aumentou a pressão vendedora e abriu espaço para objetivos mais agressivos.
Próximos alvos para o dólar
De acordo com o BTG, a projeção gráfica indica R$ 4,90 como o próximo alvo, com possibilidade de queda até R$ 4,60 no médio prazo. No curto prazo, o banco também trabalha com projeções em R$ 5,15 e R$ 5,00, patamares que podem ser testados antes de movimentos mais amplos.
No gráfico diário, os analistas destacam que o dólar completou uma sequência de cinco dias consecutivos de perdas, renovando as mínimas do ano e consolidando o viés de baixa.
Ponto de atenção
Apesar da força do movimento, o relatório aponta que o Índice de Força Relativa (IFR) atingiu a zona de sobrevenda, o que indica preços “esticados”. Esse cenário pode abrir espaço para uma recuperação técnica pontual no curto prazo. Ainda assim, o BTG afirma que não há sinais técnicos consistentes para sustentar uma reversão de tendência no momento.
Fraqueza global do dólar
A desvalorização da moeda não é um fenômeno isolado no Brasil. O Dollar Index (DXY), que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de divisas globais, também mostra tendência de queda em 2025. Para o BTG, o índice pode renovar as mínimas anuais nas próximas semanas, reforçando a leitura negativa para a moeda americana em escala global.
Com esse cenário, investidores seguem atentos às decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, que podem aumentar a volatilidade no câmbio. A perspectiva de cortes pelo Federal Reserve (Fed) tende a pressionar ainda mais o dólar, enquanto a manutenção da Selic elevada fortalece o real.