O dólar opera em queda nesta segunda-feira (20), após o Banco Central do Brasil realizar intervenções no câmbio e com a expectativa de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não adotará novas tarifas de importação em seu primeiro dia no cargo. A moeda americana, que iniciou o dia em alta, foi cotada a R$ 6,02299 (-0,59%) por volta das 11h45 (horário de Brasília), atingindo a mínima intradia.
A recente atuação do Banco Central injetou dólares no mercado, proporcionando um alívio temporário à pressão cambial. Ao mesmo tempo, o cenário externo trouxe notícias que indicam uma abordagem mais cautelosa do governo americano em relação às políticas comerciais.
Intervenção do Banco Central no câmbio
O Banco Central interveio no mercado cambial realizando dois leilões de linha, ofertando um total de US$ 2 bilhões, na primeira ação sob a liderança de Gabriel Galípolo. As operações foram distribuídas em dois leilões distintos:
- Leilão de Linha A:
- Horário: 10h20 às 10h25
- Valor: US$ 1 bilhão
- Taxa de corte: 5,851%
- Data de recompra: 4 de novembro de 2025
- Leilão de Linha B:
- Horário: 10h40 às 10h45
- Valor: US$ 1 bilhão
- Taxa de corte: 5,879%
- Data de recompra: 2 de dezembro de 2025
Esses leilões foram realizados com base na taxa de câmbio da Ptax das 10h, fixada em R$ 6,0781. A ação do Banco Central tem como objetivo conter a volatilidade do mercado diante das incertezas políticas e econômicas globais.
Impacto da posse de Trump na economia global
A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos trouxe apreensão aos mercados financeiros, principalmente devido às suas promessas de campanha de impor tarifas de 10% sobre importações globais e 60% sobre produtos chineses.
No entanto, uma matéria publicada pelo The Wall Street Journal revelou que Trump, em seu primeiro dia no cargo, não adotará novas tarifas de importação. Em vez disso, ele emitirá um memorando solicitando investigações sobre déficits comerciais e práticas comerciais injustas, com foco na China, Canadá e México.
Essa notícia trouxe certo alívio ao mercado cambial, resultando na queda do dólar frente a diversas moedas emergentes.
Dólar opera em queda: Cenário externo e reação do mercado
Além da atuação do Banco Central, outros fatores internacionais contribuíram para que o dólar opera em queda nesta sessão. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas globais, recuou 1,37%, alcançando 107.952 pontos.
A postura mais branda de Trump, ao não adotar imediatamente medidas protecionistas severas, ajudou a reverter a valorização do dólar, permitindo uma melhora no apetite ao risco por parte dos investidores.
Perspectivas para o dólar nos próximos dias
Especialistas apontam que a tendência de curto prazo para o câmbio no Brasil continuará dependente de dois fatores principais:
- Atuação do Banco Central – Caso a moeda volte a apresentar forte valorização, novas intervenções podem ser realizadas para garantir a liquidez e conter a volatilidade.
- Decisões políticas nos EUA – A postura definitiva do governo Trump em relação às tarifas de importação e à condução da política econômica será fundamental para definir o comportamento do mercado cambial.
Os analistas recomendam cautela para os investidores, pois, apesar da recente queda, o cenário global ainda apresenta incertezas, o que pode gerar novas pressões de valorização sobre o dólar.
Conclusão
O fato de que o dólar opera em queda nesta segunda-feira (20) é reflexo direto da atuação do Banco Central e das recentes notícias do cenário internacional. A perspectiva de que Trump adotará uma abordagem mais moderada no início de seu mandato trouxe certo alívio ao mercado cambial brasileiro, mas a volatilidade ainda persiste.
A recomendação dos especialistas é monitorar de perto os desdobramentos das políticas econômicas tanto no Brasil quanto no exterior, uma vez que qualquer sinal de novas tarifas ou mudanças abruptas no cenário político podem impactar significativamente o câmbio.
