O dólar hoje opera em forte alta frente ao real nesta segunda-feira (7), refletindo a tensão nos mercados globais após rumores — já desmentidos — de uma possível pausa de 90 dias nas tarifas impostas pelos Estados Unidos. A cotação da moeda americana chegou a subir mais de 1,5%, acompanhando o movimento de valorização no exterior e renovando os temores de uma recessão global em meio à guerra comercial.
Qual é a cotação do dólar hoje?
Às 12h29, o dólar hoje era cotado a R$ 5,927 na compra e R$ 5,928 na venda, com alta de 1,58%. Na B3, o dólar futuro para maio avançava 1,09%, negociado a 5.947 pontos. O avanço do dólar reflete o cenário global de aversão a risco após a escalada tarifária liderada pelo governo Trump.
O movimento ocorre após um fim de semana conturbado, em que a CNBC publicou que o presidente americano, Donald Trump, considerava suspender as tarifas por 90 dias — uma informação que foi prontamente desmentida pela Casa Branca. O impacto foi imediato: o dólar hoje chegou a zerar os ganhos, mas logo retomou a tendência de alta com o desmentido.
Rumores e tensões comerciais
A volatilidade do dólar hoje tem sido impulsionada por sinais contraditórios vindos de Washington. A suposta pausa de 90 dias nas tarifas, atribuída ao assessor Kevin Hassett, chegou a ser vista como um aceno de flexibilização na guerra comercial. No entanto, o governo americano negou qualquer intenção de suspender as tarifas, classificando a informação como “fake news”.
O investidor bilionário Bill Ackman chegou a defender uma pausa nas tarifas, alertando para um possível “inverno nuclear econômico”. Ainda assim, o presidente Trump reafirmou sua posição, dizendo que as tarifas são essenciais para reequilibrar as contas comerciais do país.
Reação global e medidas da China
Enquanto o dólar hoje subia, outros mercados também reagiam negativamente. A China anunciou tarifas de 34% sobre todas as importações dos EUA, prometendo medidas adicionais para proteger sua economia. O Banco Central Chinês estuda cortar juros e o governo sinalizou apoio contínuo a empresas, inclusive americanas, que operam no país.
Mais de 50 países já solicitaram negociações com os Estados Unidos, buscando escapar do novo pacote tarifário global imposto por Trump. As tarifas, de 10% para a maioria dos países (inclusive o Brasil), entraram em vigor no sábado (5). A partir de quarta-feira (9), entram em vigor as tarifas específicas à China.
Impacto no mercado brasileiro
No Brasil, o dólar hoje reage com forte volatilidade, refletindo também os preços do petróleo e do minério de ferro, que recuam acentuadamente. Apesar das tarifas de 10% sobre o Brasil serem vistas como relativamente brandas, os temores sobre uma desaceleração na China e uma possível recessão global pressionam o real.
O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, alertou que as tarifas devem pressionar a inflação e encarecer produtos nos EUA, o que pode ter efeitos colaterais sobre economias emergentes como a brasileira. Ele afirmou que o impacto exato sobre a atividade econômica ainda é incerto, mas que o crescimento certamente será afetado.
Boletim Focus e perspectivas econômicas
No boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, a mediana da expectativa de inflação suavizada para os próximos 12 meses caiu de 5,15% para 5,07%, refletindo algum alívio nas projeções, apesar da tensão nos mercados. A queda da projeção é a oitava consecutiva, sugerindo que o Banco Central pode ter espaço para manter a política monetária em compasso de espera.
O dólar hoje, no entanto, segue como o principal termômetro da percepção de risco dos investidores. Enquanto a guerra comercial não der sinais concretos de arrefecimento, a expectativa é de que a moeda americana siga pressionada contra o real e outras moedas emergentes.
Conclusão
Com a cotação do dólar hoje perto dos R$ 6, o cenário é de cautela nos mercados. A ausência de clareza sobre os próximos passos do governo americano em relação às tarifas comerciais gera um ambiente de incerteza, alimentando o temor de uma recessão global. Para os investidores, a recomendação é redobrar a atenção aos desdobramentos políticos e econômicos, especialmente nos Estados Unidos e na China.