O Banco BTG Pactual divulgou um relatório detalhado sobre o cenário de câmbio atual. O documento, elaborado pelos economistas Álvaro Frasson, Arthur Mota e Victor Amaral, oferece uma visão aprofundada sobre as recentes movimentações do dólar e suas implicações para o real brasileiro. Com um cenário global marcado por incertezas políticas e reprecificação do ciclo de juros, o dólar tem mostrado uma trajetória volátil, impactando diretamente a economia brasileira.
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Contexto Internacional: DXY em Movimento
O relatório destaca que o índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a uma cesta de moedas, recuou após um mês de fortalecimento impulsionado por incertezas políticas na Europa. Dados mais benignos de emprego e inflação nos EUA aumentaram o otimismo do mercado sobre a possibilidade do Federal Reserve iniciar cortes de juros já em setembro. No entanto, eventos políticos nos EUA, especialmente a crescente popularidade de Donald Trump nas eleições presidenciais, tendem a sustentar o dólar devido às suas políticas econômicas pró-EUA.
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Desempenho do Real: Fatores Domésticos em Jogo
O real brasileiro, por outro lado, tem apresentado um desempenho negativo frente ao dólar, exacerbado por ruídos internos. Em junho, o real foi uma das moedas que mais se desvalorizaram devido ao aumento da incerteza sobre o cumprimento das metas fiscais estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal. O prêmio de risco associado à possibilidade de um Banco Central mais leniente com a inflação também contribuiu para a desvalorização.
Perspectivas para o Real em 2024
Apesar dos desafios, o BTG Pactual projeta que o real deve terminar o ano em um nível mais apreciado, próximo a R$ 5,35/USD. Essa previsão é baseada na manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano, que deve continuar a atrair investimentos devido ao carrego mais atrativo, enquanto o Federal Reserve deve encerrar o ano com sua taxa básica em um patamar menos restritivo de 4,88% ao ano.
Impactos do Cenário Global
O relatório aponta que o enfraquecimento global do dólar tem favorecido a recuperação das moedas latino-americanas, que foram duramente desvalorizadas em junho. No entanto, a performance inferior do real em relação aos seus pares emergentes está diretamente relacionada aos problemas fiscais internos.
Projeções de Longo Prazo
Os modelos de projeção do BTG Pactual sugerem que a taxa de câmbio deve se manter acima de R$ 5,20 até o final do ano. O cenário mais benigno para o real depende de um enfraquecimento do DXY para cerca de 101 pontos, uma recuperação dos ativos atrelados à tese de value e uma melhoria significativa na credibilidade fiscal do Brasil.
Monitor de Câmbio e Indicadores Econômicos
O relatório também inclui um monitor de câmbio que detalha o desempenho do real e do DXY em 2024, mostrando uma tendência de depreciação do real desde o início do ano. A balança comercial brasileira, embora ainda forte, tem mostrado sinais de desaceleração, influenciada pela menor demanda por produtos nacionais e pela deterioração da balança de rendas.
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Setor Externo: Balança Comercial e Conta Financeira
Durante o mês de junho, a balança comercial brasileira continuou a mostrar um superávit, mas com sinais de desaceleração. As transações correntes seguem uma tendência de piora no curto prazo, enquanto os investimentos diretos no país (IDP) apresentaram uma melhora, financiando o déficit em transações correntes. No entanto, a demanda por ações domésticas continua em queda, refletindo uma menor confiança dos investidores estrangeiros.