A Taesa (TAEE11) divulgou seus resultados financeiros referentes ao segundo trimestre da safra 2025/26 e, junto a eles, anunciou uma remuneração significativa aos acionistas. A companhia irá distribuir R$ 299 milhões em proventos, sendo R$ 220 milhões em juros sobre capital próprio (JCP) e R$ 79 milhões em dividendos. O pagamento está marcado para o dia 27 de novembro de 2025, com as ações passando a ser negociadas ex-direitos a partir de 19 de agosto.
Esse pagamento representa um payout de 100% dos lucros do período, com rendimento estimado em 2,3% líquido de impostos, algo relevante em tempos de juros altos. Apesar da boa notícia para os investidores, a visão do mercado ainda é cautelosa quanto ao futuro das ações da companhia.
Resultados e visão do mercado
Apesar da distribuição generosa de dividendos, a Taesa apresentou um desempenho financeiro levemente abaixo das expectativas. O Morgan Stanley, por exemplo, manteve a recomendação underweight (venda) para os papéis da transmissora, com preço-alvo de R$ 30. O banco aponta para uma avaliação pouco atrativa, altos níveis de alavancagem e riscos associados a novos leilões de transmissão.
O JPMorgan, por sua vez, observou que o Ebitda da companhia ficou pressionado por receitas regulatórias menores que o esperado, devido ao atraso na entrada em operação de um projeto greenfield (Ananai) e por despesas operacionais 15% acima do previsto, atribuídas às subsidiárias. O banco também manteve recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 30,50.
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Desempenho operacional
Na avaliação da Genial Investimentos, a Taesa teve um resultado em linha com as estimativas. O Ebitda regulatório cresceu 5,3% na base anual, impulsionado por novas receitas com a entrada da linha Pitiguari e reforços em ativos da Novatrans. Ainda assim, esse ganho foi parcialmente compensado por custos mais altos, em especial com provisões.
A corretora enfatizou que a alavancagem, mantida em 4,1 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda, continua sendo um dos principais pontos de atenção. Embora a entrada de novos ativos seja positiva, não há efeito transformacional na performance da empresa. A Genial manteve recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 16.
Destaques do BTG Pactual
O BTG destacou que a receita líquida atingiu R$ 621 milhões, impulsionada por energizações de ativos, reforços e reajustes de RAPs indexadas ao IPCA. Em contrapartida, houve deflação nas RAPs atreladas ao IGP-M. O lucro líquido regulatório foi de R$ 299 milhões, acima do esperado, favorecido por menores despesas financeiras e créditos tributários. Ainda assim, o banco manteve recomendação de venda e preço-alvo de R$ 35.
Vale a pena investir?
Apesar da atratividade dos proventos, o consenso entre analistas ainda é de cautela. O alto endividamento, as incertezas regulatórias e a possibilidade de diluição em futuros leilões colocam uma dúvida sobre o crescimento sustentável da companhia. Para investidores focados em renda passiva, a Taesa continua sendo uma opção relevante, mas o momento exige uma análise mais criteriosa do risco-retorno.