O renomado investidor Luiz Barsi Filho, que recentemente enfrentou uma batalha contra um câncer de pele, agora se vê envolvido em uma disputa judicial com o investidor Maurício Ferrentini. Segundo matéria do portal NeoFeed, a controvérsia inclui acusações de informações privilegiadas, chantagem, perdas milionárias e já chegou ao conhecimento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Tudo teria começado em abril de 2021, quando Ferrentini, com um capital disponível de R$ 21 milhões, procurou Barsi em busca de recomendações de investimento. Barsi teria sugerido ações da resseguradora IRB, que na época passava por transformações após questionamentos em seu balanço pela gestora Squadra. Ferrentini, confiando na orientação de Barsi, investiu R$ 15,9 milhões na IRB.
No entanto, no início de 2022, as ações da IRB caíram significativamente, levando Ferrentini a questionar Barsi e o assessor de investimentos João Malta. Mesmo com a garantia de Barsi de que a empresa estava em processo de ajuste, as perdas persistiram, e Ferrentini buscou soluções.
A situação se agravou, e em outubro de 2022, Malta expressou seu desconforto em uma mensagem de WhatsApp, admitindo que a situação era difícil. Em 2023, Barsi teria se encontrado com Ferrentini, sugerindo uma “devolução do dinheiro” por meio de um empréstimo mútuo. Ferrentini, no entanto, preferia uma doação, mesmo considerando os impostos.
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A tensão aumentou quando Ferrentini usou um apartamento como garantia para um empréstimo de R$ 5,9 milhões, que agora Barsi exige em dinheiro, acrescido da inflação até outubro, totalizando pouco mais de R$ 6 milhões.
Em uma notificação extrajudicial, Ferrentini alega prejuízos irreparáveis devido à desvalorização das ações e exige uma indenização de R$ 25.778.088,99. Em resposta, o clã Barsi acusa Ferrentini de chantagem ao condicionar o pagamento sob ameaça de exposição pública.
Ferrentini, filho do falecido jornalista Nello Ferrentini, amigo de longa data de Barsi, protocolou na CVM um pedido de apuração sobre supostas infrações administrativas, incluindo o uso de informações privilegiadas e front running por parte de Barsi, Malta e Louise Barsi.
A CVM e o Ministério Público Federal receberam o documento, tornando a disputa pública. A relação próxima entre as famílias Barsi e Ferrentini, que remonta à década de 1970, adiciona um elemento emocional a esse conflito financeiro, trazendo à tona questões éticas e legais que agora estão sob escrutínio das autoridades competentes.