A economia brasileira começou o ano de 2024 com um desempenho surpreendentemente forte em janeiro, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira. O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), que é considerado um indicador do Produto Interno Bruto (PIB), mostrou um crescimento de 0,60% no primeiro mês do ano em relação a dezembro, superando significativamente as expectativas dos analistas.
Este é o quinto mês consecutivo de crescimento, embora o ritmo tenha desacelerado em comparação com o final de 2023, quando o índice registrou uma alta de 0,82% em dezembro.
Comparado ao mesmo período do ano anterior, o IBC-Br teve um aumento de 3,45%, enquanto no acumulado de 12 meses, o avanço foi de 2,47%.
Economistas apontam que este resultado confirma as perspectivas de um primeiro trimestre robusto, impulsionado pela demanda gerada pelo pagamento de precatórios e pela forte performance registrada em dezembro.
Os setores de destaque em janeiro foram o varejo e os serviços, com um aumento notável de 2,5% nas vendas varejistas e um crescimento de 0,7% nos serviços em comparação com o mês anterior, conforme dados do IBGE.
Esses números positivos compensaram a queda na produção industrial, que registrou seu maior declínio em quase três anos, com uma queda de 1,6% em janeiro.
Analistas afirmam que a economia brasileira está se beneficiando de um mercado de trabalho aquecido, um aumento na massa salarial e uma inflação controlada. Projeções indicam que o crescimento econômico pode se manter forte pelo menos até meados do ano.
O ano também será influenciado pelos efeitos da política de redução da taxa de juros pelo Banco Central. A expectativa é de que a Selic, que atualmente está em 11,25%, seja reduzida ainda mais, favorecendo o crescimento econômico.
O Banco Central se reunirá nesta semana, com previsões de mais cortes na Selic, o que aumenta as expectativas do mercado. A atenção se volta especialmente para o setor de serviços, cuja inflação tem sido um fator importante para as decisões sobre a taxa básica de juros.
O Ministério da Fazenda mantém sua projeção de crescimento do PIB para 2024 em 2,2%, prevendo um equilíbrio entre os diferentes setores que impulsionarão a economia neste ano.
O IBC-Br é calculado com base em indicadores representativos da produção agropecuária, da indústria, dos serviços e dos impostos sobre a produção.