O Índice de Sentimento do Setor de Serviços no Japão registrou queda em março, refletindo os desafios enfrentados pelo consumo devido ao aumento dos custos e às condições climáticas adversas, revelou uma pesquisa governamental. Essa situação acrescenta incerteza sobre a possibilidade de o banco central aumentar as taxas de juros novamente.
O consumo tem sido um ponto fraco na delicada recuperação econômica do Japão, uma vez que os salários não têm aumentado o suficiente para compensar o impacto da inflação nas famílias.
O índice de difusão, que avalia a percepção das condições econômicas pelos trabalhadores do setor de serviços, como motoristas de táxi e restaurantes, caiu para 49,8 em março, uma queda de 1,5 ponto em relação a fevereiro, conforme revelou a pesquisa divulgada na segunda-feira.
O governo comentou: “Embora a economia continue se recuperando moderadamente, parece haver uma pausa nessa recuperação”.
O índice de difusão é calculado pela diferença entre o percentual de empresas que consideram as condições econômicas boas ou em melhoria e aquelas que as consideram ruins ou em deterioração.
No mês passado, o Banco do Japão encerrou oito anos de taxas de juros negativas e outras políticas monetárias não convencionais, marcando uma mudança histórica em seu foco na busca pela inflação do crescimento por meio de décadas de estímulos monetários massivos.
O Governador Kazuo Ueda indicou a possibilidade de novos aumentos nas taxas de juros, afirmando que os sinais recentes de fraqueza no consumo e na economia em geral são temporários.
No entanto, os gastos das famílias caíram 0,5% em fevereiro em comparação com o ano anterior, marcando o 12º mês consecutivo de declínio, conforme dados divulgados na sexta-feira.
Os salários reais no Japão, que refletem o poder de compra dos consumidores, registraram queda em fevereiro pelo 23º mês consecutivo, indicando que as famílias continuam enfrentando pressões devido ao aumento do custo de vida.