As autoridades argentinas expressam confiança no sucesso de suas medidas para conter uma das mais altas taxas de inflação global. No entanto, os consumidores ainda permanecem céticos.
O país sul-americano enfrenta uma inflação anual acima de 275%, com previsão de atingir cerca de 12% somente em março, segundo dados oficiais a serem divulgados nesta sexta-feira.
Apesar disso, esse número representa uma redução em relação ao pico de 25% observado em dezembro, quando o novo presidente, Javier Milei, assumiu o cargo e desvalorizou drasticamente a moeda local. Desde então, o governo implementou medidas rigorosas de austeridade e redução de gastos, resultando na reversão de um déficit fiscal significativo, no aumento da confiança dos investidores e na moderação dos preços.
Luis Caputo, ministro da Economia, afirmou que a inflação está desacelerando consideravelmente, citando dados de uma conta automatizada que monitora os preços em supermercados locais.
No entanto, a oposição política criticou a utilização desses dados, levantando dúvidas sobre sua veracidade. Enquanto isso, a pobreza continua a aumentar e a atividade econômica permanece estagnada, exacerbando as dificuldades enfrentadas por milhões de argentinos. Os preços, desde alimentos até serviços de saúde, continuam a subir, mesmo quando comparados em dólares.
Embora alguns analistas indiquem sinais de desaceleração na inflação subjacente, uma taxa mensal de 10% ainda permanece consideravelmente alta em comparação com a média global anual.
O porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, assegurou que o governo está comprometido em erradicar a inflação, embora reconheça a incerteza em relação ao tempo necessário para isso.
“A eliminação da inflação será uma realidade”, afirmou. “Quando? Não podemos prever, pois não temos uma bola de cristal.”