O setor manufatureiro na Alemanha enfrentou uma desaceleração ainda mais intensa em fevereiro, com a produção e as novas encomendas diminuindo a um ritmo acelerado, conforme revelado por uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira.
De acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI) final do HCOB para a indústria alemã, houve uma queda para 42,5 em fevereiro, comparado a 45,5 em janeiro. Esta queda interrompeu uma sequência de seis meses de aumento, embora nunca tenha ultrapassado o limite de 50, que divide o crescimento da contração.
Embora a leitura final tenha ficado ligeiramente acima da estimativa rápida de 42,3, o economista-chefe do Hamburg Commercial Bank (HCOB), Cyrus de la Rubia, destacou que a recessão generalizada oferece poucas perspectivas de uma reversão no futuro próximo. Ele apontou para a aceleração da recessão nas novas encomendas, na produção e no emprego.
Com a indústria transformadora representando cerca de um quinto do PIB da Alemanha, a maior economia da Europa, a situação alemã é notavelmente mais grave em comparação com outros países da zona do euro, como França ou Itália, que estão menos deprimidos ou até mesmo em crescimento, como é o caso da Espanha.
De la Rubia enfatizou a importância de ter parceiros comerciais com uma indústria mais robusta, em vez de arrastar ainda mais a economia alemã para a recessão. Ele observou que, embora os prazos de entrega tenham melhorado em fevereiro devido a perturbações no Mar Vermelho por tensões geopolíticas, isso foi mais influenciado pela menor demanda.
As novas encomendas, que contraíram por 23 meses consecutivos, foram identificadas como o principal obstáculo para o desempenho geral do setor, com as empresas pesquisadas citando a hesitação dos clientes, a redução de estoques e condições financeiras restritivas como fatores contribuintes.