O Fundo Monetário Internacional alertou hoje que embora um cenário de desaceleração controlada da inflação seja possível para as economias europeias, ele não está garantido. O relatório divulgado destacou que a recuperação econômica na região ainda é incipiente, com diversos fatores contribuindo para uma performance abaixo do esperado, incluindo o baixo sentimento do consumidor, os impactos defasados dos preços energéticos elevados e a fragilidade nos setores industrial e de investimento empresarial.
Segundo o diretor do Departamento Europeu do FMI, Alfred Kammer, embora a Europa tenha se saído relativamente bem em meio a desafios como a tensão entre Rússia e Ucrânia, não se pode garantir um desfecho suave para a economia da região. Ele ressaltou que uma série de condições precisa ser atendida nos próximos meses para que isso aconteça.
Um dos pontos cruciais é a adoção de políticas monetárias adequadas, especialmente considerando a disparidade na inflação entre as economias europeias avançadas e as demais. Kammer destacou a necessidade de os bancos centrais ajustarem suas políticas de taxa de juros de acordo com as condições específicas de cada país. Além disso, a região precisa acelerar os ajustes fiscais e implementar medidas para estimular o crescimento potencial, enfrentando desafios como a queda na produtividade, o envelhecimento da população e o subinvestimento.
O diretor do FMI também alertou contra a tentação de resolver questões de competitividade por meio de subsídios, enfatizando que uma abordagem de corrida de subsídios prejudicaria mais do que ajudaria a Europa. Em vez disso, ele incentivou o aprofundamento do mercado único europeu como uma estratégia mais eficaz para impulsionar a competitividade regional.