Um estudo realizado pelo instituto IW revelou que os investimentos de empresas estrangeiras na Alemanha atingiram seu ponto mais baixo em dez anos no ano passado, em meio a preocupações crescentes sobre a desindustrialização na maior economia da Europa.
De acordo com os dados do estudo, os investimentos diretos estrangeiros na Alemanha em 2023 totalizaram aproximadamente 22 bilhões de euros (equivalente a 24,07 bilhões de dólares). Esse valor representa uma queda significativa em comparação com anos anteriores.
A indústria, que historicamente tem sido uma parte crucial da economia alemã, contribuiu com mais de um quinto do PIB, enquanto os serviços representaram cerca de 70%, conforme relatado pelo Ministério da Economia. O declínio nos investimentos diretos estrangeiros pode indicar uma mudança nas condições de negócios no país a longo prazo.
Embora as saídas líquidas globais tenham diminuído no último ano, para 94 bilhões de euros, segundo o instituto, os anos anteriores testemunharam números ainda mais elevados, indicando uma tendência preocupante.
Os altos custos laborais e outros fatores têm levado muitas empresas alemãs a transferir parte ou toda a sua produção para países com custos mais baixos, como algumas economias emergentes europeias.
Christian Rusche, economista do IW, expressou preocupação com a política alemã, afirmando que ela está tornando o país menos atraente para investimentos empresariais. A interrupção de programas governamentais de financiamento, destinados a ajudar empresas a lidar com desafios como custos de energia elevados e infraestrutura inadequada, também foi citada como um obstáculo para os investimentos.
O estudo adverte que, se as condições políticas permanecerem as mesmas, a desindustrialização na Alemanha poderá acelerar ainda mais.
Enquanto os investimentos diretos estão diminuindo globalmente, a União Europeia é uma exceção, com entradas de investimentos aumentando 120% nos primeiros nove meses de 2023, incluindo na Alemanha.
No entanto, a Alemanha enfrenta um cenário diferente, com empresas estrangeiras demonstrando pouco interesse em investir no país, exceto em aquisições ou projetos menores, o que, segundo o IW, reflete a desvantagem competitiva em termos de concorrência global.