O ritmo de crescimento das exportações chinesas parece ter perdido força nos primeiros dois meses do ano, de acordo com uma pesquisa conduzida pela Reuters divulgada nesta quarta-feira. Isso indica que os fabricantes chineses continuam enfrentando dificuldades para encontrar compradores estrangeiros e necessitam de um maior apoio interno por parte das políticas governamentais.
De acordo com a previsão de 34 economistas, espera-se que as exportações chinesas cresçam 1,9% em termos anuais em dólares americanos durante o período de janeiro a fevereiro, ligeiramente abaixo do aumento de 2,3% registrado em dezembro do ano anterior. Os dados oficiais serão divulgados na quinta-feira.
Embora o chefe do planejamento econômico estatal tenha anunciado um aumento de 10% nas exportações chinesas durante esse período, não foi especificado se esse crescimento foi em termos de yuan chinês ou dólares americanos.
Para evitar distorções devido à mudança no calendário do Ano Novo Lunar, que ocorreu em fevereiro deste ano, a administração alfandegária chinesa costuma combinar os dados comerciais de janeiro e fevereiro.
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, estabeleceu uma meta de crescimento econômico ambiciosa para 2024, em torno de 5%, e prometeu reformar o modelo de desenvolvimento do país, que historicamente dependeu muito das exportações de produtos acabados.
A China, como a segunda maior economia do mundo, tem enfrentado um crescimento abaixo da média no último ano, afetada por uma crise imobiliária interna, adiamento dos gastos dos consumidores, desinvestimento de empresas estrangeiras, dificuldades enfrentadas pelos fabricantes para encontrar compradores e pressão sobre os governos locais devido a enormes encargos de dívida.
Os dados mais recentes também indicam que a atividade manufatureira na China diminuiu em fevereiro pelo quinto mês consecutivo, conforme revelado pelo índice de gerentes de compras do governo em 1º de março, enquanto as novas encomendas de exportação diminuíram pelo 11º mês consecutivo.
Por outro lado, as importações chinesas provavelmente aumentaram 1,5% durante o período de janeiro a fevereiro, segundo a pesquisa.
No entanto, as exportações sul-coreanas para a China, um importante indicador das importações chinesas, diminuíram 2,4% em fevereiro, apesar das expectativas do mercado. Entretanto, as exportações de chips da Coreia do Sul aumentaram significativamente no mesmo período, indicando uma possível recuperação na demanda global por produtos eletrônicos e semicondutores.
Os analistas projetam um aumento no superávit comercial da China, prevendo que possa atingir 103,7 bilhões de dólares, em comparação com os 75,3 bilhões de dólares registrados em dezembro do ano anterior.