A crise econômica na Argentina atinge níveis alarmantes, com a inflação superando os 250%, gerando uma queda significativa nas vendas e levando mais pessoas a vasculhar lixo em busca de comida. Sandra Boluch, uma vendedora de frutas e vegetais em Buenos Aires, relata o aumento dessa tendência preocupante.
O governo liderado pelo libertário Javier Milei enfrenta uma tarefa árdua para conter a inflação de três dígitos, implementando medidas de austeridade que visam estabilizar as finanças do Estado, mas estão colocando pressão adicional sobre a população. Relatórios recentes indicam que a taxa de pobreza está perto de 60%, um aumento significativo em relação ao ano anterior, aumentando a pressão sobre o governo para obter resultados rápidos.
Boluch destaca o impacto direto dessa crise, observando um aumento no número de pessoas revirando o lixo em busca de comida básica. Ela descreve a situação como “muito dura e triste”, especialmente para os idosos.
Enquanto Milei implementa cortes de gastos e desvaloriza a moeda local em mais de 50%, a inflação continua a aumentar. Os preços, inclusive em dólares, estão em alta, afetando todos os setores da sociedade.
Com expectativas de que os dados de inflação de fevereiro sejam divulgados nesta terça-feira, as previsões indicam um aumento mensal menor em comparação com os meses anteriores. No entanto, Milei alerta que o mês de março pode ser desafiador, com a economia mostrando sinais sombrios de queda na atividade e na produção, apesar das medidas de austeridade.
Inês Ambrosini, uma mulher de 62 anos, relata as dificuldades enfrentadas pelos argentinos comuns, destacando o impacto do aumento dos preços dos alimentos em seus gastos diários. Ela busca por ofertas nos mercados atacadistas como uma forma de lidar com os altos custos dos alimentos básicos.