Um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em colaboração com a Fipe, revelou um aumento notável nas vendas de novos imóveis residenciais em 2023 em comparação com o ano anterior. As vendas registraram um crescimento de 32,6%, impulsionadas tanto pelo segmento de médio e alto padrão quanto pelo programa habitacional Minha Casa Minha Vida.
De acordo com o presidente da Abrainc, Luiz França, em uma entrevista coletiva, a expectativa é de que esse crescimento se mantenha este ano, especialmente devido à tendência de queda na taxa de juros promovida pelo Banco Central. França não especificou números, mas ressaltou que a redução das taxas de juros para um dígito atrai mais pessoas para o mercado, impulsionando tanto os lançamentos quanto as vendas.
O relatório destacou que em 2023 foram vendidas 163.108 unidades, o melhor desempenho já registrado desde que os registros começaram há uma década. O valor total das vendas cresceu 34,7%, atingindo 47,9 bilhões de reais. No segmento do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, o volume de unidades vendidas aumentou 42,2%, alcançando 117.434 unidades, com um valor total de vendas de 26 bilhões de reais.
Para o segmento de médio e alto padrão, o crescimento foi de 14% no volume vendido, totalizando 42.997 unidades, e um aumento de 18,9% no valor das vendas, que atingiu 21,1 bilhões de reais. No entanto, houve uma queda de 9,2% no valor total lançado nesse segmento.
França enfatizou que, com as taxas de juros abaixo de dois dígitos, espera-se uma forte retomada da classe média no mercado imobiliário. Além disso, ele ressaltou que o cenário para 2024 é positivo em termos de demanda e oferta, e que não se espera um aumento na relação entre cancelamentos de contratos de compra e venda (distratos) e vendas este ano.
A pesquisa também destacou um aumento de 17% nos preços dos aluguéis, o que fortaleceu ainda mais a demanda por ativos imobiliários. Além disso, o orçamento do FGTS para habitação popular em 2024 cresceu 7% em relação ao ano anterior.
No que diz respeito aos cancelamentos de contratos, a relação no segmento de médio e alto padrão ficou em 11,8%, um número considerado baixo pela associação, que atribuiu esse desempenho à eficácia do marco legal estabelecido em 2018.