A ação da Cosan (CSAN3) acumula uma queda expressiva de 33% no ano de 2025, mesmo com o Ibovespa registrando valorização de cerca de 15% no mesmo período. Apesar do fraco desempenho, o Goldman Sachs manteve sua recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 6,90, o que representa um potencial de alta de 27% em relação ao fechamento de segunda-feira (25).
Segundo relatório assinado pelos analistas do banco, a principal justificativa para a postura cautelosa é a incerteza persistente quanto à estratégia de alocação de capital da companhia. Para o Goldman, qualquer eventual reclassificação da ação — ou redução do desconto percebido no mercado — dependeria de maior clareza sobre o plano de reciclagem de ativos da Cosan e de uma queda nas taxas de juros no Brasil, algo que ainda é visto com baixa visibilidade no curto prazo.
Fatores adicionais de incerteza
Além da própria gestão de capital da holding, os analistas também mencionam incertezas em relação ao valor da Raízen (RAIZ4), que passa por um processo de reestruturação, e da Rumo (RAIL3), cuja estratégia de precificação ainda não trouxe os resultados esperados.
A Cosan está em fase de recuperação desde outubro de 2024, quando uma nova administração assumiu o comando. A gestão atual tem buscado reduzir o endividamento e sair de ativos considerados não essenciais. Entretanto, desde então, o único desinvestimento relevante foi a venda da participação na Vale (VALE3) no início de 2025.
Durante a última teleconferência de resultados, a administração sinalizou que poderá divulgar, até o final deste ano, quais ativos poderão ser vendidos no processo de racionalização da holding.
Queda das subsidiárias afeta holding
Os analistas do Goldman também destacam que a queda acumulada de 32% nos últimos três meses em CSAN3 ocorre apesar da estabilidade nos juros. A explicação pode estar no desempenho fraco das subsidiárias: Raízen caiu 47% e Rumo recuou 18% no mesmo período, pressionando ainda mais a percepção de risco do investidor em relação à Cosan.