A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) enfrenta seu pior momento financeiro em anos. Conforme balanço divulgado nesta semana, os Correios registram prejuízo de R$ 4,37 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025 — mais que o triplo dos R$ 1,35 bilhão apurados no mesmo período do ano passado.
Esse dado alarmante evidencia o agravamento de uma crise estrutural que já se desenhava, mas que ganhou força com fatores recentes, como a queda nas receitas operacionais, elevação de custos e os efeitos econômicos da “taxa das blusinhas”.
Correios registram prejuízo crescente trimestre a trimestre
Segundo os números do balanço (ainda não aprovado pelo conselho de administração), o rombo das contas da estatal avança de forma acelerada. No primeiro trimestre de 2025, os Correios já haviam registrado prejuízo de R$ 1,72 bilhão. No segundo trimestre, o número saltou para R$ 2,64 bilhões, totalizando os R$ 4,37 bilhões até junho.
A direção da empresa avalia agora medidas emergenciais, inclusive um possível aporte do governo federal para evitar a insolvência da companhia.
Receita em queda e impacto da “taxa das blusinhas”
Boa parte do prejuízo é resultado da queda de 11,8% nas receitas operacionais, que despencaram de R$ 9,28 bilhões em 2024 para R$ 8,18 bilhões neste ano. A estatal atribui parte dessa perda à implantação da “taxa das blusinhas”, um imposto de importação sobre compras internacionais de até US$ 50, em vigor desde agosto de 2024.
Essa nova cobrança impactou diretamente os serviços logísticos dos Correios, que tinham grande participação na entrega de produtos importados de pequeno valor.
Alta de custos e falta de retorno nos investimentos
Além da queda nas receitas, o balanço mostra que os Correios registram prejuízo também em função do aumento acelerado dos custos operacionais. A folha de pagamento cresceu, os custos administrativos aumentaram e os investimentos em tecnologia e modernização ainda não trouxeram o retorno esperado.
A combinação entre gastos crescentes e perda de receita tornou o cenário insustentável.
Presidente da estatal tenta sair do cargo
O presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, entregou sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho. Em sua justificativa, citou a grave crise financeira e a dificuldade de executar reformas internas. Ele segue no cargo até que uma solução para a transição seja oficializada.
Correios registram prejuízo e podem pressionar o Tesouro Nacional
Com mais este resultado negativo, os Correios registram prejuízo que pode pressionar as contas públicas, caso o governo opte por realizar aportes emergenciais para manter a estatal operando. Analistas alertam que, sem uma reformulação profunda, a empresa seguirá demandando recursos públicos e perderá ainda mais competitividade frente às gigantes privadas de logística.
Futuro incerto e necessidade de transformação
Diante da digitalização do setor e da ascensão de players como Mercado Livre, Amazon e transportadoras privadas, os Correios registram prejuízo enquanto enfrentam desafios para se reinventar. Especialistas defendem uma reestruturação com corte de custos fixos, modernização operacional e foco em serviços de alto valor agregado.
A estatal ainda cumpre um papel social importante, especialmente em regiões remotas, mas precisa provar que pode ser financeiramente sustentável.
Correios registram prejuízo, mas ainda há tempo para reagir
O fato de que os Correios registram prejuízo histórico em 2025 acende o alerta vermelho em Brasília. O governo deve agir rapidamente para preservar a viabilidade da empresa, seja via reforma interna, capitalização ou abertura ao capital privado. O futuro da maior operadora logística pública do país está em jogo — e as decisões a serem tomadas nos próximos meses serão cruciais.