O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, de forma unânime, elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, passando de 10,50% para 10,75% ao ano. A decisão foi tomada durante a reunião desta quarta-feira (18) e já era amplamente aguardada pelo mercado, que apostava na retomada de um ciclo de aperto monetário.
Segundo o comunicado oficial do Copom, a alta na Selic reflete a evolução do processo de desinflação, além do balanço de riscos e do conjunto de informações disponíveis. “O cenário, marcado por resiliência na atividade econômica, pressões no mercado de trabalho, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista”, afirmou o Comitê.
Contexto Econômico e Expectativas
A decisão de aumentar a Selic em 0,25 p.p. está alinhada com as expectativas do mercado financeiro. No Boletim Focus, divulgado na semana passada, os economistas já projetavam uma taxa de 11,25% ao final de 2024, prevendo um ajuste no encontro de setembro.
O Comitê ressaltou que o objetivo principal da política monetária continua sendo a convergência da inflação para a meta estipulada ao longo do horizonte relevante. A elevação da Selic também busca suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e promover o pleno emprego.
Trajetória da Selic
A elevação da Selic ocorre após dois encontros consecutivos do Copom, em junho e julho, nos quais a taxa foi mantida estável em 10,50%. Antes disso, o Brasil havia passado por um período de flexibilização monetária, iniciado em agosto de 2023, quando o Banco Central optou por cortar a Selic em 0,25 p.p., seguido por outros seis cortes de 0,50 p.p..
No entanto, o ciclo de flexibilização foi antecedido por um período de aperto monetário que começou em março de 2021 e se estendeu por 12 reuniões consecutivas, quando a taxa chegou ao patamar de 13,75% ao ano, onde permaneceu até agosto de 2023.
Próximos Passos e Impactos no Mercado
Com a decisão desta quarta-feira, o Copom sinaliza que o ciclo de aperto monetário pode continuar, dependendo da evolução dos indicadores econômicos, especialmente as projeções de inflação e o comportamento do mercado de trabalho. O aumento da taxa Selic visa conter as pressões inflacionárias, mas também traz impactos diretos sobre o custo do crédito e o nível de consumo no país.
Os mercados financeiros já reagiram à decisão, com os investidores atentos aos desdobramentos da política monetária e suas consequências no Ibovespa e em outros índices econômicos. Analistas esperam que a medida ajude a manter as expectativas inflacionárias controladas, mas alertam que os desafios econômicos, tanto internos quanto globais, podem exigir novas intervenções do Banco Central nos próximos meses.