O conflito entre Fifa e FifPro tem ganhado destaque pela crítica ao modelo de governança da Fifa e sua suposta falta de atenção ao bem-estar dos jogadores. Enquanto a FifPro cobra melhor diálogo e respeito aos direitos dos atletas, a Fifa rebate, destacando medidas concretas para a proteção dos profissionais de futebol.
Críticas da FifPro à governança da Fifa e condições para jogadores
A FifPro, sindicato internacional dos jogadores, criticou duramente a governança da Fifa. Segundo a FifPro, o modelo atual é “autocrático” e não prioriza o bem-estar dos atletas. A entidade apontou má gestão dos calendários internacionais como um dos problemas principais.
Um exemplo claro dessa má gestão é a realização do Mundial de Clubes nos Estados Unidos durante as férias dos jogadores europeus, em condições de calor extremo. Isso, segundo a FifPro, demonstra falta de preocupação com a saúde dos atletas.
Joaquim Evangelista, presidente do sindicato brasileiro e representante na FifPro, afirmou que direitos fundamentais dos jogadores estão sendo ignorados. A entidade exige que a Fifa dialogue e leve em conta as necessidades dos profissionais que vivem do futebol.
O presidente da FifPro, Sérgio Marchi, reforçou que muitos jogadores ainda não recebem salários adequados, enquanto a Fifa celebra recordes de bilheteria. Para ele, o futebol deve reconhecer e valorizar quem realmente cria o esporte, os atletas.
A organização dos jogadores também defende períodos mínimos de descanso, férias obrigatórias e a participação direta dos jogadores nas decisões que afetam a carreira deles. Essas são demandas que, segundo a FifPro, têm sido negligenciadas pela Fifa.
Resposta da Fifa e medidas para proteção do bem-estar dos atletas
A Fifa respondeu às críticas da FifPro com um forte apelo ao diálogo. A entidade destaca que buscou negociar melhorias em prol dos jogadores, mas acusa a FifPro de optar por um confronto público em vez de cooperação.
Entre as medidas anunciadas pela Fifa estão o descanso mínimo de 72 horas entre jogos e férias obrigatórias de pelo menos 21 dias para os atletas. Essas regras visam proteger a saúde física e mental dos profissionais.
A Fifa também reforçou a participação dos jogadores em reuniões de órgãos decisórios e anunciou reformas importantes no sistema de transferências, buscando mais transparência e justiça.
Outro ponto de destaque é o investimento maior no futebol feminino, com planos para expandir oportunidades e melhorar condições para as jogadoras.
A entidade mundial ressalta que essas ações vão além das demandas da FifPro, e que continuam empenhadas em colocar os jogadores no centro das decisões para o futuro do futebol.
A Fifa conclama as organizações de jogadores a abandonarem posturas hostis, voltando a participar do diálogo construtivo e focado em soluções reais para o esporte.