A confiança do consumidor da zona do euro apresentou nova alta em maio de 2025, subindo para -15,2 pontos, segundo dados divulgados pela Comissão Europeia nesta terça-feira (20). O número representa uma melhora de 1,4 ponto em relação ao valor revisado de abril (-16,6), superando as expectativas de analistas consultados pela Reuters, que projetavam uma alta mais modesta para -16,0.
O avanço da confiança do consumidor da zona do euro é visto por economistas como um reflexo da desaceleração da inflação nos principais países do bloco e de uma leve recuperação no mercado de trabalho. O índice segue em terreno negativo, mas marca uma tendência de retomada após um período prolongado de pessimismo, especialmente entre os anos de 2022 e 2023, quando a região enfrentava crises energéticas e tensões geopolíticas.
Panorama regional reforça melhora no humor do consumidor
Na União Europeia como um todo, que inclui países fora da zona do euro, o índice de confiança do consumidor também subiu 1,4 ponto, alcançando -14,5 em maio. Esse dado sugere uma melhora mais ampla no sentimento entre os cidadãos europeus, apoiada em parte pela expectativa de estabilização dos preços de energia e alimentos.
Entre os destaques nacionais, Alemanha, França e Espanha apresentaram sinais positivos, com indicadores locais apontando para avanços na renda disponível e no consumo das famílias. O setor de serviços, em especial, tem sido um dos principais motores dessa recuperação, com destaque para turismo, hospitalidade e varejo.
Política monetária e fiscal seguem em foco
O Banco Central Europeu (BCE) segue acompanhando atentamente os indicadores de confiança do consumidor da zona do euro como parte do conjunto de dados usados para definir a direção da política monetária. Com a inflação em desaceleração e os níveis de emprego estáveis, cresce a expectativa de que o BCE possa iniciar uma redução gradual nas taxas de juros nos próximos meses, o que pode reforçar ainda mais a confiança do consumidor da zona do euro.
Por outro lado, a instabilidade política em alguns países e o endividamento de diversas economias do bloco são fatores de preocupação. A Comissão Europeia estuda novas medidas de flexibilização fiscal para apoiar o crescimento econômico, ao mesmo tempo em que busca manter o compromisso com a sustentabilidade das contas públicas.
Expectativas para os próximos meses
A confiança do consumidor da zona do euro deve continuar sua trajetória de recuperação, embora em ritmo gradual. Analistas acreditam que o segundo semestre de 2025 será decisivo para consolidar esse movimento, especialmente se houver avanços no mercado de trabalho e maior previsibilidade fiscal.
“Os consumidores estão mais propensos a gastar quando percebem estabilidade nos preços e no emprego. Se esses elementos forem mantidos, podemos ver uma aceleração do consumo interno, que é essencial para o crescimento sustentável da região”, afirmou Sophie Delacroix, economista-chefe do ING para a zona do euro.
Alta da confiança do consumidor da zona do euro
A alta da confiança do consumidor da zona do euro em maio é um sinal encorajador para a retomada econômica do bloco. Embora ainda em patamar negativo, o índice vem mostrando uma tendência consistente de melhora, o que pode indicar um segundo semestre mais positivo para a economia europeia. Combinado a uma política monetária mais acomodatícia e estímulos fiscais seletivos, o aumento da confiança pode ser o impulso que faltava para consolidar a recuperação do consumo e do investimento.