China quadruplica pedidos de soja surge como apelo de Donald Trump para reduzir o superávit comercial e reacender o mercado brasileiro e americano. A declaração fez os contratos em Chicago subirem 2,38%, mas analistas questionam a viabilidade prática dessa demanda. Limitações logísticas, preferências de compra chinesas e oferta do Brasil tornam o cenário incerto.
Trump exige que China quadruplique compras de soja e mercado reage
Trump exige que China quadruplique compras de soja, e isso fez contratos subirem na bolsa de Chicago. O contrato mais ativo subiu 2,38%, para US$ 10,11 por bushel.
A China importou cerca de 105 milhões de toneladas métricas no ano passado. Deste total, 22,13 milhões vieram dos EUA e 74,65 milhões do Brasil. Quadruplicar as remessas implicaria que a maior parte da soja viesse dos EUA.
Analistas consideram a proposta pouco provável de ser cumprida rapidamente. Johnny Xiang afirmou que é altamente improvável a compra de quatro vezes o volume habitual. A trégua tarifária entre Pequim e Washington vence em 12 de agosto, e ainda não há confirmação sobre prorrogação.
Efeitos no mercado e logística
A postagem de Trump também influenciou os preços do farelo de soja na China, que caíram 0,65%. Os contratos de farelo ficaram em 3.068 yuans por tonelada métrica. Fabricantes de ração chineses compraram três carregamentos de farelo argentino, segundo a Reuters.
A indústria de soja dos EUA busca compradores alternativos, mas nenhum rival tem a escala da China. No ano passado, os EUA exportaram 22,13 milhões de toneladas para a China, contra 74,65 milhões do Brasil. Mudar essa dinâmica exige tempo, logística e coordenação entre produtores e compradores.
Se a China decidir ampliar compras, os embarques e a infraestrutura portuária terão de responder rapidamente. O impacto nos preços locais e internacionais pode ser significativo. Produtores e traders seguem atentos a volumes, prazos e possíveis anúncios oficiais.
Viabilidade e impactos: logística, oferta global e efeito nos preços de Chicago
Viabilidade: Para quadruplicar compras, a China teria de redirecionar grande parte das suas importações.
A China importou cerca de 105 milhões de toneladas métricas no ano passado. Deste total, 22,13 milhões vieram dos EUA e 74,65 milhões do Brasil. Quadruplicar remessas dos EUA exigiria mudanças rápidas na origem das cargas.
Logística e infraestrutura são desafios imediatos. Embarques maiores pedem mais navios, espaço nos portos e terminais bem equipados. Isso leva tempo e custa dinheiro.
Oferta global e alternativas
O Brasil domina com 74,65 milhões de toneladas em 2024. Os EUA exportaram 22,13 milhões para a China no mesmo ano. Outros fornecedores ainda não têm escala para substituir o Brasil rapidamente.
Fabricantes chineses já compraram três carregamentos de farelo argentino. Isso mostra que compradores buscam alternativas e preços melhores. Mudanças de origem acontecem, mas não em semanas.
Efeito nos preços de Chicago
A publicação de Trump elevou o contrato mais ativo em 2,38%. O preço foi a US$ 10,11 por bushel às 06h37 GMT. Movimentos assim podem aumentar a volatilidade no curto prazo.
Na China, contratos de farelo caíram 0,65% para 3.068 yuans por tonelada métrica. Isso indica que mercados locais já reagem a expectativas de oferta. Traders e produtores monitoram volumes, prazos e sinais oficiais.
A trégua tarifária vence em 12 de agosto e pode ser prorrogada. Sem confirmação, decisões comerciais ficam mais cautelosas. Portos, embarcadores e seguradoras também aguardam sinais claros antes de ampliar operações.