O Carrefour encerra supermercado Nacional em Montenegro (RS) após mais de três décadas de funcionamento, em um movimento que simboliza a transformação do varejo alimentar brasileiro. O último dia de operação será em 13 de setembro de 2025, mas a liquidação de produtos já deixou prateleiras praticamente vazias. A decisão faz parte do plano estratégico da rede francesa, que desde a compra do Grupo BIG por R$ 7 bilhões vem priorizando formatos considerados mais rentáveis, como o Atacadão e o Sam’s Club.
O fim de uma história regional
A marca Nacional tem raízes profundas no Rio Grande do Sul. Fundada em 1969 por Teodoro Pedrotti e os irmãos Edvino e Irineu Zagonel, começou em Esteio como um pequeno armazém. O primeiro supermercado foi inaugurado em 1973, em Sapucaia do Sul, expandindo-se depois para Porto Alegre, Canoas, Montenegro e outras cidades gaúchas. O anúncio de que o Carrefour encerra supermercado Nacional simboliza o fim de uma trajetória que marcou gerações de consumidores locais.
Estratégia do Carrefour: eficiência e escala
Segundo o CEO do Carrefour Brasil, Pablo Lorenzo, o fechamento de unidades do Nacional e a conversão de outras em hipermercados da própria bandeira fazem parte de um redesenho do portfólio. A meta é consolidar operações em formatos que ofereçam maior escala e margem. “Estamos concentrando esforços em grandes formatos, que garantem mais eficiência operacional e competitividade”, afirmou em entrevista ao GZH.
Esse realinhamento não é exclusivo de Montenegro. Em outras cidades do Rio Grande do Sul, o grupo também já promoveu o fechamento do supermercado Nacional pelo Carrefour, substituindo as lojas por bandeiras de maior retorno financeiro.
O que muda para consumidores e o setor
No caso de Montenegro, a unidade dará espaço para um Mombach, mantendo a oferta de alimentos na cidade. Esse tipo de substituição, já observado em Porto Alegre, mostra como o Carrefour evita a sobreposição de bandeiras e ao mesmo tempo garante a continuidade da presença comercial.
Para os consumidores, o fechamento traz nostalgia e perda de uma marca tradicional, mas também representa novas oportunidades de acesso a formatos mais competitivos de preços e sortimento. Já para o setor, a decisão confirma uma tendência: a saída de redes regionais e a consolidação de grandes grupos globais no mercado brasileiro.
Varejo alimentar cada vez mais concentrado
Com o anúncio de que o Carrefour encerra supermercado Nacional, a multinacional reforça sua posição como líder do setor de alimentos no Brasil. A estratégia reflete um cenário no qual escala, eficiência logística e poder de negociação com fornecedores se tornaram determinantes para competir em um mercado cada vez mais pressionado por margens estreitas e mudanças no perfil do consumidor.
A retirada gradual da marca Nacional mostra como o setor caminha para uma maior concentração, com o Carrefour e outros gigantes redesenhando a paisagem do varejo. Enquanto isso, consumidores acompanham de perto como essas mudanças afetarão preços, serviços e a diversidade de ofertas em suas cidades.